2025-11-14
Brasil registra queda nas exportações de café, mas Porto de Santos segue líder

Baixa de 20% nos embarques em outubro foi influenciada por tarifas dos EUA, mas receita cresce e Santos concentra 79% da movimentação nacional

O Brasil encerrou outubro com redução no volume exportado de café, mas manteve o Porto de Santos como principal rota de saída do produto para o mercado internacional. Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o complexo santista respondeu por 79% dos embarques no mês, reforçando sua importância estratégica para o agronegócio.

O país embarcou 4,141 milhões de sacas em outubro, uma retração de cerca de 20% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho foi afetado pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos desde agosto sobre produtos agrícolas brasileiros, o que reduziu as vendas para o maior destino do café nacional. Ainda assim, a receita avançou mais de 12%, sustentada pela valorização do grão no mercado global.

O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, explica que os efeitos das tarifas já são visíveis nos números. “olhando os países de janeiro a outubro de 2025, Estados Unidos ainda se mantêm na primeira posição por conta das exportações feitas no primeiro semestre e lembrando que as tarifas passaram a ser impostas em 6 de agosto. existe uma retração de 28% pros Estados Unidos, estamos com 4,7 milhões de sacas. a Alemanha está bem próxima na segunda posição, com 4,34 milhões de sacas, Itália na sequência, com 2,68 milhões de sacas”, afirmou.

Porto de Santos sustenta fluxo exportador

Mesmo com o cenário adverso, Santos permaneceu como o principal corredor logístico do café brasileiro. “falando em logística, Santos representou 79% dos nossos embarques”, destacou Ferreira. O volume confirma o peso do complexo santista na estrutura de escoamento da produção nacional, em um momento marcado por gargalos, custos adicionais e capacidade pressionada.

Ferreira lembra que setembro já havia registrado um impacto expressivo na cadeia exportadora. “em setembro de 2025, 939 mil sacas de café deixaram de ser embarcadas, o que representou 2.848 contêineres que nos dão um prejuízo direto de 9 milhões de reais em armazenagens extras, armazenagens adicionais”, disse.

O Cecafé avalia que os custos e atrasos logísticos ampliaram a pressão sobre exportadores e operadores portuários. A expectativa é de que o ritmo de embarques só volte ao normal no início de 2026, com a recomposição da malha logística e acomodação das novas dinâmicas comerciais.

Apesar da queda recente no volume exportado, o Brasil segue como o maior fornecedor mundial de café. O Cecafé projeta que a demanda deve continuar forte nos principais mercados, especialmente Europa e Estados Unidos, garantindo sustentação às vendas externas ao longo dos próximos meses.

Site Benews – 14/11/2025


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