2023-06-07
Com Plano Estadual do Clima, sistema de agricultura do Paraná assume desafios ambientais

O Estado do Paraná apresenta nesta Semana do Meio Ambiente o Plano Estadual para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+ Paraná), com vistas ao desenvolvimento sustentável. O documento, já discutido em várias reuniões, tem como base plano divulgado pelo Governo Federal, que estabelece desafios nacionais a serem vencidos até 2030.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou a importância do trabalho a favor de um Planeta melhor e salientou a contribuição que o Estado já tem dado nessa direção. Em razão disso, foi considerado por dois anos seguidos como o Estado mais sustentável do Brasil, no Ranking de Competitividade dos Estados.

“Estamos crescendo economicamente, mas com responsabilidade ambiental”, salienta. “Este Plano ABC+ exigirá esforços de todos, mas é uma contribuição consistente que o Paraná dá na construção de uma política inovadora de respeito ambiental e social”.

Para o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, o setor agropecuário paranaense, representado por várias entidades que elaboraram o documento, vai dar sua contribuição na garantia de um futuro saudável. “Queremos responder com a mesma bondade os benefícios que recebemos da natureza, pois a agropecuária depende da água, do ar e da terra, física, química e biologicamente bem equilibrados”, afirma.

O plano é fundamental para guiar um Estado que é líder na produção nacional de frangos (35,54%) e também se destaca no cultivo da erva-mate (87,4%) e do feijão (18,1%), além de ter presença significativa em diversas cadeias produtivas, como piscicultura (21,4%), sericicultura (84,21%), mel (15,73%), trigo (2,8%), cevada (73%), leite (13,6%), aveia (22%), madeira (17,2%), ovos (9,56%), milho (9,3%), soja (22,8%) e suínos (19,20%).

Boas práticas - O Paraná tem tradição de boas práticas agropecuárias, entre elas o Sistema de Plantio Direto, que nasceu no início da década de 70, e já adotou vários programas que se sucederam ao longo dos anos e ainda permanecem tendo em vista a conservação e melhorias dos atributos físicos, químicos e biológicos dos solos.

A partir de 2009 o Estado assumiu as orientações da Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP-15), realizada em Copenhague (Dinamarca). Naquele evento, o Brasil comprometeu-se a reduzir de 36,1% a 38,9% a emissão de gases de efeito estufa até 2020.

A ação fortaleceu-se em 2011 ao referendar o Programa ABC, do Governo Federal, apresentado em 2015 na COP-21, da qual resultou o Acordo de Paris, com metas ambiciosas para garantir um Planeta mais sustentável. Em 2021 acrescentou-se um + ao ABC, com a criação de uma linha de crédito destinada ao financiamento de tecnologias e sistemas de produção nas propriedades rurais, para promover uma agropecuária mais adaptada à mudança climática e também mitigadora de gases de efeito estufa.

O Segundo Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Paraná, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (SIMEPAR), apontou que 58% das emissões em 2019 tiveram origem nos subsetores de pecuária, agricultura e mudança no uso da terra, o que amplificou a dimensão do plano estadual.

“Agindo regionalmente assumimos o protagonismo do esforço nacional e mundial de fixar mais carbono no solo e reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa”, reforça Ortigara.

Segundo ele, a responsabilidade do agricultor e do pecuarista é grande e decisiva quando se trata de fixar carbono nos processos produtivos. “Vamos contribuir para aumentar o estoque desse elemento-chave à vida e para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa”, diz. “A construção do presente e do futuro não pode mais ser adiada”.

Desafios - O Plano ABC+ Paraná foi elaborado com a participação de várias entidades públicas e privadas. Os desafios propostos até 2030 levam em conta o histórico da produção agrícola e silvícola do Estado e a situação atual de cada atividade, além do potencial de contribuição em relação à mitigação de gases de efeito estufa.

O Estado está se propondo a recuperar 350 mil hectares de pastagens degradadas, qualificar o uso de Sistema de Plantio Direto de Grãos em 400 mil hectares e ampliar em quatro mil hectares o uso do Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. A tecnologia de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta também deve ser estendida para mais 500 mil hectares.

Fonte: AEN

Folha do Litoral - 07/06/2023


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