2023-05-04
Empresas de resposta a vazamentos apostam em parcerias e inovação para aumentar prevenção e monitoramento

O gradativo reaquecimento das atividades offshore e as projeções para novas plataformas de petróleo e gás e de geração de energia no mar vêm demandando consultas e atendimentos de empresas de resposta a emergências. O segmento aposta em parcerias e em novas soluções tecnológicas para aumentar a segurança, com ferramentas para prevenção de acidentes com vazamentos e plataformas para o monitoramento de dados para tomada de decisão. Além da estrutura de combate ao derramamento de óleo, companhias de resposta a vazamentos diversificaram a atuação para atender novas operadoras que assumiram campos maduros. Outra frente de trabalho está direcionada à expectativa em torno do desenvolvimento de parques eólicos offshore no médio prazo. 

Uma iniciativa da área de Inovação da OceanPact, financiada pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), apoia operações de emergências ambientais. A plataforma Cronos conta com radares de alta frequência instalados na costa brasileira que varrem até 300 quilômetros de distância da terra e trazem informações de correntes, permitindo à OceanPact uma modelagem computacional, quase em tempo real, para casos de vazamento de óleo, com resposta considerada praticamente imediata.

O principal objetivo do Cronos é reduzir o tempo entre a detecção de um incidente, como um derramamento de óleo, e uma resposta eficaz. Ele pode ser aplicado também para operações de busca e salvamento (SAR, na sigla em inglês), que podem reduzir em até 60% a área de levantamento. A área do Cronos abrange as duas principais bacias produtoras de óleo e gás do Brasil, Campos e Santos, incluindo a região do pré-sal.

A plataforma integra dados meteoceanográficos de fontes in situ e remotas, sendo que o sistema de monitoramento mais importante da plataforma são os campos de correntes de superfície obtidos por radar de alta frequência (HFR) em tempo quase real, que são assimilados em alta resolução. sistema operacional de resolução com modelo Regional Oceanic Modelling System (ROMS). Segundo a empresa, é o primeiro caso de assimilação do radar HFR em um modelo oceânico para a América do Sul.

Para vento e ondas, implementações de alta resolução são usadas para a área Cronos, com a saída comparada operacionalmente com dados medidos e saídas globais. De acordo com a Finep, esta plataforma é classificada como pioneira e se apresenta no plano estratégico com alto grau de inovação e relevância para o setor econômico, em especial para a indústria de petróleo e gás no Brasil.

A OceanPact destaca que a avaliação dos resultados assimilados contra o modelo livre (sem assimilação) mostrou melhorias em componentes dos campos de velocidade, fornecendo previsões mais precisas das correntes oceânicas na área. As comparações para cenários de casos reais, incluindo uma emergência SAR (busca e salvamento), mostraram uma melhora significativa nas trajetórias modeladas com a assimilação do HFR.

Uma das principais aplicações do Cronos é a modelagem de derramamento de óleo, realizada com dois modelos, o modelo comercial de contingência e resposta a derramamento de óleo (Oscar) e o modelo acoplado de código aberto para previsão de derramamento de óleo (CMOP), ambos resolvendo o transporte e intemperismo da mancha ou gotas de óleo. Atualmente, o CMOP é desenvolvido na Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (Remo), que inclui o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), universidades e a Marinha do Brasil.

O projeto abrange ainda uma parceria estratégica com a Marinha, por meio do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), que tem como um dos objetivos aprimorar o monitoramento oceânico em uma região estratégica para o Brasil, conhecida como Amazônia Azul. Outra colaboração relevante é com o Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fornecendo expertise em assimilação de dados, que resulta em previsões mais precisas do que os modelos oceânicos globais usados pela indústria de petróleo e gás.

O diretor comercial da OceanPact, Érik Fabian, diz que o projeto é focado na Bacia de Campos, da qual a empresa possui muitos dados consolidados, mas também cobre parte do norte da Bacia de Santos e um trecho da Bacia do Espírito Santo, utilizando dados referenciais para comparação e aprimoramento do modelo.

Fabian conta que a empresa estruturou o projeto pensando também no suporte para empresas independentes que compraram campos maduros da Petrobras. “Com essa tecnologia, a velocidade de resposta para essas empresas é muito mais rápida”, destaca. Ele explica que a tecnologia de alta precisão é essencial para empresas que tenham menor estrutura de equipamentos e de embarcações em relação à Petrobras para episódios de vazamento.

A OceanPact também montou uma base de resposta no Porto do Açu (RJ) que é apontada como a maior de resposta à emergência da América Latina em termos de inventário de equipamentos e de recursos humanos. O grupo conta com uma estrutura de equipamentos que inclui dispersante químico, barreiras para queima (in situ burn), utilizadas em alguns casos permitidos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A empresa conta com mais de 45 quilômetros de barreira offshore, recolhedores de óleo e tecnologia current buster, uma das mais utilizadas no Brasil em termos de resposta à emergência.

Fabian explica que a estrutura da base é capaz de atender os níveis Tier I, II e III de resposta a emergência. “Atendemos com equipamento a bordo de embarcações nas esferas local, regional e interestadual e podemos até fornecer equipamento para Guiana em caso de vazamento de óleo, colocando equipamento em avião. É a maior estrutura no Brasil”, afirma o diretor comercial.

A Hidroclean vem aumentando seu escopo de serviço e aposta também em qualificar sua força de trabalho para que os contratantes tenham as soluções necessárias em uma só empresa, com os mesmos padrões de qualidade e segurança. O número de bases da empresa do grupo Bravante pelo país passou de 41, em janeiro de 2022, para 47, em janeiro de 2023. Na visão da Hidroclean, o principal desafio é adequar tecnologias estrangeiras às normas regulatórias nacionais. Essa necessidade também torna a importação de novas tecnologias um processo um pouco mais demorado.

“É primordial estarmos atentos às evoluções do setor, sobretudo tecnológicas. Sem dúvidas, a Hidroclean é uma empresa que busca oferecer aos seus contratantes as melhores opções de ferramentas e serviços dispostas no mercado”, afirma o gerente comercial da Hidroclean, Douglas Linhares.

Ele cita um software que permite o gerenciamento e o registro de crises e emergências ambientais — inclusive vazamento de óleo — de forma remota e em tempo real. O IAP Software é oferecido por meio da parceria com o The Response Group, do qual a Hidroclean é a representante oficial e exclusiva no Brasil.

A Hidroclean também investiu em uma tecnologia que diminui o custo da operação e garante mais segurança aos operadores e uma maior eficiência na contenção e no recolhimento de óleo offshore. O Oil Trawl, da NorLense, está em fase final de testes e aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A expectativa da empresa é que o equipamento esteja apto para ser contratado em breve.

Linhares afirma que a capilaridade da Hidroclean, com quase 50 bases pelo país, permite à empresa atender derramamento de óleo no mar e em terra, seja para atender emergências hazmat (materiais perigosos), fauna, entre outras. Ele acrescenta que essa rede também conta com diversos serviços oferecidos, entre treinamentos, simulados, elaboração de planos, modelagem matemática, cerco preventivo, locação de equipamentos e atendimento a emergências de todos os níveis.

Desde os anos 1970, o foco da AllMaritim foi de fornecer soluções inovadoras para controle e combate a derramamentos de óleo. A empresa firmou recentemente parceria com uma das líderes de mercado, a Markleen, com o objetivo de intensificar o desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente para áreas costeiras e portuárias. “Com a nova aliança, ampliamos substancialmente nosso portfólio de produtos para um novo segmento de mercado: portos, refinarias, terminais e áreas costeiras”, afirma o diretor-geral da AllMaritim, Trond Dale. Ele diz que as empresas uniram forças para atender a um mercado cada vez mais exigente em termos de eficiência, qualidade e sustentabilidade dos produtos. 

A gerente comercial da AllMaritim no Brasil, Gisele Mendes, acrescenta que o mercado offshore se modernizou e novas tecnologias vieram dar suporte aos planos de emergência individual (PEIs) das operadoras, possibilitando uma resposta mais rápida e eficiente e permitindo a atuação em novas fronteiras. Ela destaca que a AllMaritim foi a pioneira, trazendo a tecnologia NOFI Current Buster para o offshore brasileiro. “Infelizmente, o mercado portuário não acompanhou este salto tecnológico que ocorreu no mercado offshore, mas estamos trabalhando para trazer tecnologias inovadoras para a proteção costeira”, conta Gisele.

Na visão da AllMaritim, um dos desafios no Brasil é a falta de um órgão nacional que tenha estrutura de resposta para atender a um eventual incidente com vazamento de óleo na água, ao contrário do que já ocorre em países como Noruega, Holanda, Austrália e Reino Unido. A empresa entende que isso pode atrasar, por exemplo, a resposta a manchas órfãs.

A AllMaritim também observa que no Brasil os planos de área (PAs), a princípio, não contemplam recursos extras que poderiam ser compartilhados para dar suporte a incidentes de médio a grande porte. A avaliação é que os recursos que costumam ser utilizados são os já contemplados nos planos de emergência individuais (PEIs) das empresas que compõem o PA. Para a empresa, uma forma de estimular a inovação do setor portuário poderia ser, por exemplo, incluir nos planos de área tecnologias mais avançadas, que poderiam ser adquiridas ou alugadas de forma compartilhada.

Outro desafio percebido pela AllMaritim é a falta de uma regulamentação para as companhias de resposta a emergência. A empresa considera que a não exigência de um inventário mínimo de recursos e nem qualificação técnica específica da equipe de resposta pode ter um impacto grande já que, por não se tratar do core business das empresas, este é um tipo de serviço comumente terceirizado.

A AllMaritim ampliou seu portfólio de produtos em 2022, através de novas parcerias, oferecendo aos operadores, um toolbox mais completo para lidar com diferentes cenários. Além da qualidade e da inovação das tecnologias, a empresa aposta na sustentabilidade dos produtos como um novo diferencial.

Na área de navegação, a OceanPact hoje está entre as cinco maiores frotas de barcos offshore do Brasil, segundo relatório mais recente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam) e do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma) com dados de janeiro de 2023. A frota da OceanPact cresceu expressivamente a partir de 2021, com o IPO e a compra da UP Offshore, incorporando outras embarcações. A área de relações com investidores do grupo registra que, nos últimos dois anos, a OceanPact investiu mais de R$ 1 bilhão.

Fabian destaca duas embarcações de pesquisa da geociência que, segundo ele, são os únicos barcos de pesquisa oceanográfica do Brasil, além de oito ROVs (robôs submarinos de operação remota) e oito RSVs (embarcações equipadas com robôs) em operação para a Petrobras. “Mexemos muito no setor de subsea e nossa frota se diversificou para PSV (transporte de suprimentos), AHTS (manuseio de âncoras), OSRV (combate a derramamento de óleo, RVs (pesquisa) e MPSV (multipropósito). Em 2023, será o ano de performar. É o ano em que esperamos colher os frutos de todo investimento feito nos últimos anos. Temos gasto muita energia com inovação”, afirma Fabian.

O diretor de Inovação da OceanPact, Arthur Kos, diz que a empresa tem quase 30 navios coletando ventos, informações e posição em tempo real. Ele conta que a empresa trabalha na integração do Cronos com dados do Marem, software da EnvironPact, a fim de criar ferramentas para ver onde a mancha de óleo está se deslocando. A ideia é consolidar vários dados com alguns objetivos: resposta a emergência, monitoramento ambiental, integração de radares de detecção de óleo e a parte de subsea.

Kos ressalta que os três primeiros radares operacionais feitos por uma empresa privada no Brasil contaram com financiamento da Finep como inovação pioneira e com a parceria com a Marinha. Explica que os dados do radar de alta frequência são fornecidos para o IAPM em Arraial do Cabo. “A utilização de dados é importante. Estamos desenvolvendo nossa solução de busca e resgate. Estamos no patamar de aprofundar dados e estarmos mais juntos para melhorar os processos de busca e resgate, por exemplo”, projeta Kos.

O gerente de negócios em inovação da OceanPact, Carlos Leandro, acrescenta que a solução Chronos reduz de 100% para 36% a área de busca em caso de operação de resgate de homem ao mar, ou helicóptero dentro d’água, por exemplo. “Construímos uma ferramenta que assimila os dados. As empresas que fornecem serviços fazem baseados em modelo numérico atmosférico, onda e corrente. Nosso modelo difere porque utilizamos dados de radar a 300 km da costa. Fazemos cobertura ampla nas bacias Campos e Santos”, afirma Leandro.

Para Fabian, da OceanPact, a tecnologia não deve ser pensada somente em relação ao hardware e ao software. Ele menciona o ICS (Incident Command System), que já é largamente utilizado nos Estados Unidos há muitos anos e que vem sendo implementado no Brasil para dar apoio às empresas na organização de suas emergências. Ele também cita o 1OceanPact Digital1, que funciona como tecnologia Common Operational Picture (COP), que dá uma visão de tudo que está acontecendo durante a emergência.

O OceanPact Digital é uma plataforma que visa à integração de diferentes fontes de dados para apoio à tomada de decisão, com aplicações para permitir resposta assertiva e no menor tempo possível em situações de emergências ambientais ou de busca e salvamento, por exemplo. Fabian diz que, em resumo, a empresa está inserindo ferramentas que já atendem seus clientes e fazendo a integração com demais sensores, permitindo o monitoramento em tempo real para casos de emergências. 

Ele acrescenta que a equipe monitora 24 horas, todos os dias da semana, campos de petróleo e operações específicas de alguns clientes. Em caso de emergência, os clientes deixam suas estruturas e vão para o centro de comando operado pela EnvironPact no Rio de Janeiro (RJ) para a administração do evento com apoio do grupo OceanPact. “O segredo da emergência é o tempo de detecção e resposta: quanto mais rápido detectar, mais eficaz será a resposta”, afirma. Ele ressalta que a decisão depende do cenário detectado, de combate à dispersão.

O CEO da EnvironPact, Adriano Ranieri, detalha que muito do trabalho é aproveitando o conhecimento adquirido junto à indústria de petróleo no mar, como impactos ambientais e informações georreferenciadas, de modo que possa auxiliar clientes na transferência de campos maduros para novas operadoras. Ele relata que existem empresas privadas que assumem ativos offshore cujas informações ambientais são anteriores aos marcos regulatórios da quebra do monopólio do setor.

A EnvironPact, empresa de consultoria na área de oil spill e meio ambiente do grupo OceanPact, foi responsável pela implantação do ICS, considerado importante para ajudar o plano de transição das empresas que compraram campos maduros da Petrobras. “Quase nos especializamos em ajudar empresas que compraram campos maduros da Petrobras, dentro da revisão de plano de emergência e definição de novas estratégicas”, destaca Fabian. Os resultados serão apresentados, em novembro, no Clean Gulf, um dos maiores eventos sobre derramamento de óleo do mundo, que será realizado no Texas, Estados Unidos.

Ranieri, da EnvironPact, destaca a implantação do ICS, que utiliza uma metodologia desenvolvida por bombeiros norte-americanos na década de 1970 para ajudar as organizações a trabalhar em conjunto dentro de um único evento, com eficiência de comunicação. Ele explica que o ICS foi internacionalizado principalmente depois do acidente de Macondo (2010), no Golfo do México, e funcionou para gerenciamento de equipamentos e pessoas envolvidas naquela resposta.

Uma das atuações mais importantes da Hidroclean, segundo Linhares, foi a experiência de atendimento à emergência do navio Haidar, em Barcarena (PA), em 2015. A embarcação transportava 5.000 bois vivos quando naufragou. Outro atendimento marcante foi nas praias do Nordeste, quando apareceram extensas manchas de óleo em 2019, onde foram removidas 5.379,76 toneladas até fevereiro de 2020. A Hidroclean atuou para contenção e recolhimento desse óleo.

Também em 2019, a Hidroclean atuou em um acidente em Canaã dos Carajás, onde uma grande área vegetada e com córregos foi afetada por contaminação de óleo lubrificante, gerando uma grande esforço de tratativa na remediação do solo e vegetação contaminados.

Outro destaque da Hidroclean é a experiência one-stop-shop, por meio da sinergia entre as empresas do grupo Bravante. Linhares explica que a frota offshore pode, por exemplo, estar com os equipamentos da Hidroclean, ao passo que o segmento de bunker já pode oferecer o transporte de combustíveis com o cerco preventivo e prontidão ambiental incluído pela Hidroclean, dentre outros serviços sinérgicos. O gerente comercial assegura que essa experiência facilita a dinâmica com os contratantes.

A AllMaritim observa uma mudança no perfil do cliente global, que tem se preocupado cada vez mais com a sustentabilidade dos equipamentos e da sua operação de resposta. Por questões ambientais, barreiras de menor qualidade que são praticamente descartáveis perdem espaço para sistemas com maior vida útil e durabilidade. Cada vez mais, questões ambientais são levadas em consideração na análise do custo-benefício de um produto, não se limitando somente a questões econômicas.

Para atender a essa demanda, a AllMaritim investiu em novas tecnologias de produção, como modernas mesas de corte digital e sistemas de soldagem HF. A empresa entende que melhorou ainda mais a qualidade e durabilidade dos produtos, e reduziu ao mínimo os resíduos gerados, tornando-os mais sustentáveis.

A Markleen, parceira da AllMaritim, investiu em fontes de energia 100% renovável para a produção de todos os seus equipamentos. A parceria desenvolveu uma big bag feita de garrafas pet recicladas para o armazenamento das barreiras absorventes Ecosorb. De acordo com a AllMaritim, cada bag contém 117 garrafas reutilizadas. 

O caso mais recente de atuação na área offshore, foi o fornecimento para a Petrobras de 10 sistemas NOFI Current Buster 6, sistema avançado de resposta a vazamento de óleo para águas rápidas. Os sistemas serão utilizados para dar suporte às operações da operadora na Margem Equatorial. De acordo com a AllMaritim, os sistemas foram entregues no final de 2022 e estarão de prontidão em embarcações dedicadas para uma rápida resposta. 

No setor costeiro e portuário, a AllMaritim destaca o desenvolvimento da Ecospeed, uma barreira autoinflável com um design inovador que dispensa qualquer dispositivo para ser inflada. O carretel da barreira, o Ecoreel, é elétrico e conta com controle remoto para que o sistema seja lançado à distância. A empresa descreve que o dispositivo possibilita lançar 300 metros de barreira em 15 minutos. Em 2022, nove desses sistemas foram entregues à Norwegian Defence Material Agency.

A AllMaritim salienta que é uma tecnologia patenteada, que além de proporcionar maior rapidez na resposta, se destaca pela redução na pegada ambiental. Como o sistema é 100% elétrico, não é necessário utilizar combustível fóssil, proporcionando uma operação sem emissões de gases de efeito estufa e quase sem nenhum ruído. A empresa garante que os sistemas elétricos aumentam consideravelmente o tempo de vida útil dos equipamentos, reduzindo o custo em manutenção e a necessidade na reposição de peças. Quanto maior a durabilidade, menor a necessidade de substituição da barreira e menos lixo é gerado. Isso torna o sistema muito mais sustentável.

Para a OceanPact, a Margem Equatorial é um desafio interessante por tratar-se de uma região complexa, com uma dinâmica de corrente rápida da foz do Rio Amazonas, alta amplitude, maré e ventos intensos em determinadas épocas do ano, que dificultam prever para onde pode evoluir uma situação de emergência. Fabian conta que os current busters fornecidos pela empresa estão funcionando bem na região. “Estamos nos preparando para poder atender a Margem Equatorial. Junto com a transição de campos da Petrobras para [empresas] privadas, são as grandes e boas novidades que temos no nosso setor”, projeta Fabian.

Site: Portos e Navios – 04/05/2023


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