Tecnologia pode auxiliar cadeia logística global a reduzir impactos de greves
Para project44, episódios mais longos de paralisações na Europa podem trazer maior prejuízo à cadeia logística global. Analista avalia que, com dados em mãos, gestores podem tomar decisões mais assertivas.
Por 24 horas, os trabalhadores de transporte da Alemanha declararam greve, paralisando aeroportos, rodovias e até portos, na última segunda-feira (27). Segundo Pierre Jacquin, vice-presidente da Project44 na América Latina, o Brasil não chegou a sentir impactos, mas se as greves continuarem a ser um problema na Europa, é possível que os transportadores comecem a favorecer os países vizinhos para importações e exportações.
"Espera-se que os impactos para o Brasil sejam mínimos neste momento. A greve terminou e serviu como alerta, porque as negociações entre o governo e os funcionários públicos continuam. Haverá um pequeno atraso nas exportações para fora do Brasil, mas isso não deve ter impacto significativo. No entanto, greves mais longas e de maior impacto são uma possibilidade futura, a depender das negociações atuais", comento Jacquin.
No dia 22 de março, o Porto de Hamburgo, o maior da Alemanha, paralisou por 48 horas. De acordo com o relatório da Project44, ele está se recuperando rapidamente da paralisação, mas ainda há impactos. Enquanto o tempo de exportação tem diminuído consistentemente nos últimos 3 dias, atingindo uma média de 6 dias, a importação tem aumentado. Desde o dia 28 de março, o tempo médio para importações é 2,9. Além disso, os navios que chegam e saem do porto voltaram ao nível normal após um pequeno pico em 24 de março, quando o porto foi reaberto.
"Na próxima semana, espera-se ver um pequeno aumento no tempo de permanência, impactando mais na exportação, do que na importação, pois os navios estavam aguardando fora do porto, enquanto a permanência no porto começa a rastrear assim que a embarcação chega. Já estamos vendo um aumento para 6,1 dias para tempos de espera de exportação", destacou o documento.
Embora esta greve tenha terminado, as negociações trabalhistas ainda estão em andamento. Os sindicatos exigem um aumento salarial de 10,5% para seus colaboradores, citando o aumento dos custos de energia e alimentos. Mais de 400 mil trabalhadores do transporte estão participando da ação, de acordo com Frank Werneke, chefe do Ver.di, sindicato de transporte alemão.
Para o vice-presidente da Project44, a tecnologia pode auxiliar as companhias a diminuírem os impactos. "Com soluções de visibilidade, com tecnologia empregada, é possível prever os atrasos nos portos, analisar melhores rotas, ter mais dados em mãos para melhor tomada de decisão num momento crítico como esse", relembrou Jacquin.
Site: Portos e Navios – 31/03/2023