Terminais do PR cobram precisão sobre duração das obras emergenciais na BR-277
Entidades temem que intervenções durem quatro meses e interditem 100% das pistas que foram fortemente afetada pelas chuvas, conforme estimativas extra-oficiais. Expectativa do DNIT é que trabalhos de recuperação na BR-277 continuem até final de março
As estradas brasileiras vêm sentindo, nos últimos anos, o impacto das fortes chuvas que estão acontecendo no Brasil. Em outubro e novembro de 2022, as barreiras da Serra do Mar deslizaram, gerando a necessidade de obras entre os quilômetros 39 a 41 da BR-277, que liga Curitiba a Paranaguá. Já neste ano, no km 33,5, no sentido litoral do estado, houve um afundamento do pavimento em decorrência das chuvas. Para embarcadores locais, a falta de diálogo por parte do governo gera incertezas para o setor portuário e agrícola.
De acordo com Andre Maragliano, diretor da Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp) o grande problema tem sido a falta de informações oficiais divulgadas. "Até o momento, não tivemos nenhuma posição oficial com relação aos reais problemas da pista. Não sabemos o que de fato está acontecendo e, principalmente, quais as providências que serão tomadas para contornar o problema. Então, não temos segurança com relação ao futuro de curto prazo", destacou.
Segundo Maragliano, neste momento, existe uma fila com 50 navios aguardando a colheita de soja, que está atrasada por conta do gargalo rodoviário. O diretor acredita que, quando a colheita começar a descer a serra, as obras na rodovia serão um grande problema, atrasando o carregamento de navios, aumentando a diária das embarcações, o que impacta outros portos e adiciona um valor a mais na negociação dos granéis.
"Quando a soja começar a vir, qual a garantia que temos que a estrada estará lá amanhã? Não sabemos! A cada chuva que dá, ficamos preocupados porque pode interditar a 277 de novo. Qual a segurança que temos de que não vão aparecer novos problemas? Essa falta de informação está causando insegurança e preocupação no mercado. Temos um volume grosso, importante que espera ser movimentado pelo porto, de uma safra recorde, e não sabemos se vamos conseguir operar pelo Porto de Paranaguá", lamentou Maragliano.
O diretor acredita que a situação no km 33 é grave e vai precisar de manutenção mais pesada, de mais tempo e recursos. Sem informações oficiais, há especulações que as obras podem durar quatro meses e interditar, em alguns pontos, 100% da pista. "Se isso for verdade, quanto tempo vai persistir? Precisamos desviar a carga do porto? O que temos até agora é tudo de bastidor e não podemos trabalhar com esse tipo de informação. Precisamos de fatos concretos e não temos ainda. O que sabemos é que a estrada está com problema e precisamos começar a pensar em alternativas para viabilizar as operações, caso ocorra o pior", destacou.
Atualmente, a BR- 277 está operando com desvio, sendo uma faixa de descida e uma de subida, em uma extensão de 1,1 quilômetro, no Km 33,5, onde houve o afundamento. Em nota, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) informou que realizou a instalação de tachões no eixo do desvio, para vedar as trincas, evitando que a água não infiltrasse no pavimento. No km 41,5, as equipes do DNIT seguem executando as obras de recuperação, tendo cerca de 60% executados. A expectativa, segundo o órgão, é que os trabalhos continuem até o fim de março.
Site Portos e Navios – 15/03/2023
