2023-03-03
Empresas debatem futuro da economia do mar do Rio de Janeiro

Evento reuniu representantes do setor público, privado e da sociedade civil para debater oportunidades de novos investimentos no estado

A Petrobras pretende investir R$ 80 bilhões por ano no Brasil e mais da metade desse valor será empregado no Rio de Janeiro. De acordo com Rafael Chaves, diretor-executivo de relacionamento institucional e sustentabilidade, a companhia tem grandes planos para a cidade fluminense. "Dos 18 sistemas de produção que vamos colocar para funcionar no mar, a 200/300 km da costa, 15 estão no Rio. Cada sistema vai trazer poços submarinos, equipamentos submarinos, movimentando a economia carioca", destacou.

Na última quarta-feira (1°), o diretor esteve no seminário ‘Desenvolve RJ’, junto com outros nomes do setor, dialogando sobre o futuro da economia do mar no Rio. Para Edesio Lima Junior, presidente da Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), o mar é a última fronteira de desenvolvimento humano neste planeta. Entretanto, todas as riquezas que ele pode oferecer precisam ser exploradas de maneira sustentável, não predatória, com fiscalização e trazendo benefícios para a sociedade.

"Pelos nossos estudos, acreditamos que o Rio de Janeiro vai se transformar em um polo mundial da economia do mar. Dessa forma, começamos a buscar um instrumento de organização da produção e de negócio que poderia ser estruturado e o cluster foi o modelo natural", destacou. O Cluster Tecnológico Naval foi criado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento da indústria naval fluminense. É um ambiente onde agentes econômicos de todas as naturezas interagem e compartilham as suas potencialidades tecnológicas, sociais e culturais, focando na economia do mar.

Para o presidente da Emgepron, o projeto é importante para o desenvolvimento do RJ, mas é necessário construir um ambiente mais organizado, com uma forte governança e capacidade de gestão. "Já tivemos três chances para sedimentar a construção naval no Rio e, por uma série de motivos, não alcançamos os êxitos que procurávamos e atribuímos isso justamente à falta de governança, gestão e comprometimento com políticas públicas. Acreditamos que um ambiente de desenvolvimento do cluster perfeito tem a integração do elo público, empresarial e acadêmico", comentou.

No Brasil, de acordo com André Sochaczewski, assessor do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro, existe uma estimativa de US$ 50 bilhões de investimento em descomissionamento de 60 plataformas até 2028. Grande parte dessa previsão é destinada ao arrasamento e abandono de poços, retirada de instalações, recuperação de áreas e desativação do campo.

Cerca de 10% desse custo pode ser retornado com a venda de ativos descomissionados, podendo ser inserido na economia do país. Entretanto, no caso do Brasil, não é o que tem acontecido. Bangladesh, Índia e Paquistão têm o monopólio desse tipo de mercado com 70%. Para Sochaczewski, o mercado nacional pode ser destaque no Rio de Janeiro. "Em torno de 40% dos estaleiros do país estão no estado, ou seja, temos capacidade, estrutura e os ativos estão aqui", comentou.

De 2 a 4 de março, a capital fluminense vai sediar o 7° encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), recebendo os governadores de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e do Paraná com o objetivo de discutir temas que atendam demandas econômicas, sociais e ambientais, consolidando a agenda de cooperação entre os governos. Na sexta-feira (3), os governadores irão conhecer o Porto do Açu localizado em São João da Barra (RJ).

Site: Portos e Navios – 03/03/2023


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