2023-03-02
Com operações especiais e navios maiores à vista, apoio portuário mantém estabilidade e aposta na frota

Empresas de apoio portuário fazem um balanço positivo do último ano, apesar de ainda haver reflexos da pandemia nas omissões de escalas em rotas de longo curso. O ano foi de estabilidade ou de pequenos acréscimos no número de manobras para os operadores de rebocadores. Cargas de projeto, agronegócio e granéis líquidos foram alguns dos segmentos que ajudaram a manter bons resultados da atividade em 2022. As principais empresas também se destacaram em operações especiais e continuam a preparação para recepção de porta-contêineres de maior porte. Elas enxergam oportunidades a partir do crescimento de exportações das commodities e das operações para o mercado de gás natural liquefeito (GNL).

A Wilson Sons realizou 54.865 manobras, de janeiro a dezembro de 2022, cenário levemente superior ao do ano anterior. A avaliação é que a atuação nos setores de celulose, cargas de projeto, fertilizantes e petróleo e seus derivados contribuiu para os bons resultados da companhia no último ano, assim como os atendimentos às operações especiais. “Podemos dizer que os volumes de 2022 foram tão bons quanto em 2021. Em um cenário em que tivemos, ainda como efeito da pandemia, muitas omissões de navios de contêineres e os volumes exportados de minério de ferro e soja terem diminuído, entendo como positivo o ano de 2022”, avalia o diretor-executivo de rebocadores da Wilson Sons, Márcio Castro.

Ele frisa que o apoio portuário acompanha os fluxos do comércio exterior e das trocas comerciais domésticas que fazem uso da cabotagem. O diretor explica que o Brasil tem oportunidade de crescimento nesses dois fluxos, que levam ao aumento das operações de reboque portuário. “Em relação a novas oportunidades, entendemos que o aumento do porte dos navios, o crescimento de exportações das commodities e as operações para o mercado GNL vão gerar um volume adicional, permitindo que o apoio portuário continue com boas perspectivas”, projeta Castro.

A Sulnorte avalia ter uma atuação diversificada, sendo muito atuante nos mercados de granéis líquidos e gasosos, assim como nos navios que transportam carga de projeto, celulose e principalmente nos dry bulkers. Neste último segmento, a empresa atende a navios classe Panamax que levam a soja brasileira para os mais diversos portos do mundo e para os handysizes e supramaxes que movimentam intensamente cargas como açúcar, milho, trigo, cevada e toda sorte de fertilizantes.

“Observamos que, ao longo de 2022, que este mix de atendimentos nos ajudou a mantermos estáveis nosso volume de atendimento em comparação ao ano anterior. No que diz respeito ao sistema da soja, o destaque negativo ficou na área de Rio Grande (RS), onde foi observada uma queda superior a 50% do volume comparado ao ano anterior”, diz o gerente comercial da Sulnorte, Arthur Souto. A queda, segundo ele, ocorreu em grande parte em função do período de secas ocorrido em 2021, que chegou a ser apontado pelo governo federal brasileiro como uma das grandes problemáticas do período, ao lado da pandemia e conflitos no território ucraniano.

Souto acrescenta que, além da recuperação do volume de exportação de soja, tão afetado em 2022, as demandas por novas operações de ship-to-ship são uma realidade e a Sulnorte aposta que, em 2023, elas devem crescer com boa intensidade. Em 2022, a empresa operou em nove manobras ship-to-ship no complexo portuário de Salvador (BA), as quais considera uma nova tendência de operações que passou a ser alternativa logística importante na região.

A Camorim avalia que 2022 trouxe resultados positivos, com crescimento de aproximadamente 10% no volume de manobras em relação ao ano anterior. “Notamos um crescimento no volume de manobras da empresa, com destaque para o aumento dos atendimentos às paradas técnicas de plataformas nos portos do Rio, Vitória (ES) e Angra dos Reis (RJ)”, analisa o diretor comercial da Camorim, Eduardo Adami.

O longo curso representa a maior parte dos atendimentos, com destaque para a exportação de minérios nos portos de Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Luís (MA) e a exportação de grãos nos portos de Santos, Paranaguá (PR) e Rio Grande. Na visão da Camorim, o apoio portuário no Brasil permanece com boas perspectivas no horizonte. Outro destaque para a empresa é a região Norte, que continua sendo uma grande promessa do segmento, visto que o agronegócio vem movimentando consideravelmente as atividades nos portos da região.

Apesar dos desafios geopolíticos e das interrupções nos fluxos comerciais globais, a Svitzer aumentou seu nível de atividade no Brasil em 2022. “Nosso aumento de volumes foi impulsionado principalmente pela entrada em novos portos, mas também vimos mais atividade em mercados previamente estabelecidos”, conta o diretor-executivo da Svitzer Brazil, Daniel Reedtz Cohen. Ele diz que 2022 foi mais um ano de crescimento para a subsidiária do grupo Maersk no Brasil.

Cohen destaca que, em apenas sete anos no país, a Svitzer já opera nos sete principais portos da costa brasileira. “Em 2022, tivemos crescimento em praticamente todos os portos em que operamos. Em geral, conquistamos novos clientes e mantivemos os existentes. Isso confirma que nosso foco no cliente, alta qualidade na entrega de nossos serviços, e atenção à segurança são exatamente o que eles desejam”, resume Cohen.

Ao longo de 2022, a Svitzer acompanhou os fluxos comerciais dentro e fora dos portos brasileiros serem impactados por eventos geopolíticos e mudanças nas cadeias logísticas tradicionalmente estabelecidas. A empresa também observou as exportações de granéis afetadas por condições climáticas domésticas adversas. Apesar desses ventos contrários, a avaliação é que o último ano foi de conquistas para a Svitzer, mostrando o potencial e a resiliência da economia brasileira na importação/exportação.

“Continuamos a ver um grande potencial para o Brasil crescer como um player global em agricultura, energia e outras matérias-primas e isso se traduzirá em aumento da atividade nos portos. O país precisará continuamente de cadeias de suprimentos eficientes, confiáveis e escaláveis e é aí que podemos fazer nossa parte com nosso compromisso de investimento e crescimento”, ressalta Cohen.

A Saam Towage Brasil teve um leve aumento na demanda pelos serviços de apoio portuário em 2022, com uma melhor alocação da frota, dando início a novas operações nos portos de Imbituba (SC) e Belém (PA). As cargas que mais contribuíram para o leve aumento do volume de manobras atendidas pela Saam Towage continuam sendo, primordialmente, de longo curso, em segmentos diversos — contêineres, granéis líquidos, minério e grãos. A Saam Towage espera ainda que os processos de privatização das administrações portuárias sejam mantidos, com boas perspectivas de investimento privado na infraestrutura portuária.

Embora a Saam não tenha realizado operações especiais no ano de 2022, elas fazem parte do portfólio de serviços da empresa, que em 2020 atuou na operação de salvatagem do navio Stellar Banner, realizada durante quatro meses. “É uma área de negócios que estamos interessados em expandir e, sem dúvida, a aquisição dos rebocadores da Starnav nos ajudará a atingir este objetivo”, projeta a gerente nacional da Saam Towage Brasil, Renata Ervilha.

A executiva adianta que, a partir do início de 2023, a Saam Towage posicionará a frota estrategicamente ao longo de toda a costa brasileira, tanto com equipamentos de reboque oceânico quanto de combate a incêndio (Fire Fighting 1), estando pronta para atuar de forma relevante em operações especiais.

Castro, da Wilson Sons, relata que o ano de 2022 teve uma boa performance em operações especiais, principalmente no apoio à salvatagem, nas operações de petróleo e gás, e no apoio à entrada e saída de FPSOs e de plataformas, além do setor de GNL. Essas manobras, segundo o diretor, foram responsáveis por grande parte da receita da empresa em operações especiais.

O diretor-executivo da Svitzer destaca que, durante o último ano, a empresa participou de uma série de operações especiais nos portos em que opera. Por exemplo, em assistências de emergência para navios que perderam a energia de máquina ou estavam à deriva em ventos fortes, com risco de encalhe ou colisão. Outro destaque foram reboques de descomissionamento e outras operações complexas de reboque costeiro para diferentes clientes. “Nosso pessoal a bordo tem bastante experiência e um alto nível de treinamento e temos equipamentos especiais para serviço complexo. Quando uma embarcação está em perigo em algum lugar da costa brasileira, estamos prontos para ajudar em curto prazo”, salienta Cohen.

Em 2022, a Sulnorte atuou no desencalhe de dois grandes navios na região Sul e auxiliou os reboques de pipelines usados para instalação de uma grande adutora também nas cercanias de Porto Alegre. No Norte, a empresa foi acionada em acompanhamentos de embarcações que trafegam nos rios Amazonas e Jari e auxiliou as tentativas de verticalização de uma embarcação designada para transporte de cargas vivas (live stocks) que está naufragada na região de Barcarena (PA).

Souto destaca que a Sulnorte está apta para apoiar salvatagens e socorros, sempre que acionada 24 horas, todos os dias da semana, através de sua central de operações, responsável pela mobilização e alocação da frota. Atualmente, a empresa opera 24 embarcações, sendo 20 próprias e quatro afretadas a tempo (time charter), distribuídas por nove complexos portuários no Brasil e mais o terminal de Madre de Deus, na Bahia.

Entre as operações especiais da Camorim, o destaque foi a arriscada manobra emergencial de salvamento do graneleiro São Luiz, que foi arrastado pelos fortes ventos e colidiu com a ponte Rio-Niterói em novembro. “Apesar de ser uma manobra incomum, nossa equipe experiente atuou com excelência, chegou no local em menos de 25 minutos, mesmo em condições climáticas extremas, e realizou o reboque da embarcação em uma operação delicada que durou mais de cinco horas”, conta Adami.

A Ponte Rio-Niterói chegou a ser fechada, em ambos os sentidos, devido à colisão do graneleiro que estava à deriva no início da noite do dia 14 de novembro. Ao menos cinco rebocadores foram chamados de emergência para fazer o resgate da embarcação e evitar danos maiores. Equipes responsáveis fizeram a avaliação da integridade da estrutura da ponte após a batida. A concessionária EcoPonte informou que não houve danos à ponte e o tráfego foi totalmente restabelecido em menos de 24 horas.

A reportagem apurou que os cinco rebocadores que fizeram o atendimento de resgate/emergência são: Starnav Aldebaran, Starnav Antares e Starnav Sirius, da empresa Starnav; e C-Opala e o C-Brilhante, da Camorim. O graneleiro, de propriedade da Navegação Mansur, foi levado para atracação no Porto do Rio de Janeiro. Um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) vai apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.

O diretor comercial da Camorim afirma que, por ser especializada em operações deste porte, a empresa realiza com frequência manobras com FPSOs e plataformas. Outro destaque em 2022 foi o atendimento ao contrato com o Porto Sudeste (RJ) para a realização de todas as manobras ship-to-ship na região. A Camorim também não considera que terá dificuldade para atuar em operações com navios de 366m. A avaliação é que a frota atual atende aos requisitos técnicos para realizar manobras deste porte com segurança e eficiência.

O diretor-executivo de rebocadores da Wilson Sons afirma que a empresa está preparada para a chegada dos navios de maior porte. Ele conta que, desde 2016, o grupo desenvolve estudos para a chegada dessas classes de navios e que o plano de construções contempla os requisitos para a entrada dessas embarcações nos portos operados pela empresa.

A Wilson Sons realiza simulações em seu centro de treinamento em cooperação com algumas associações de práticos, além de treinar seus comandantes em novas formas de atuação dos rebocadores que garantam a segurança durante a manobra desses navios.

“Mais da metade da nossa frota já atende aos requisitos dessas operações, o que nos permite dizer que nossos clientes podem ter a garantia de que nossos rebocadores e tripulações estarão prontos para atendê-los assim que definirem trazer essas embarcações para o Brasil”, destaca Castro.

Atualmente, a Wilson Sons opera 80 rebocadores, sendo 74 deles próprios e seis afretados. Desse total, 76 possuem propulsão azimutal (mais utilizados e requisitados pelos práticos); 41 têm mais de 60 toneladas BP (bollard pull), sendo capazes de atender navios de grandes dimensões, como os de 366 metros. Seis rebocadores possuem notação Escort Tug, que garante mais segurança para as operações. Segundo a empresa, 17 rebocadores contam com o sistema de combate a incêndio FiFi1, recurso importante para ocorrências nos terminais ou em navios.

A Wilson Sons vive um ciclo de construção de seis rebocadores, dos quais dois foram entregues em 2022 (WS Centaurus e WS Orion), três serão entregues em 2023. O próximo será batizado de WS Rosalvo. O último da série no começo de 2024. “Revisamos, anualmente, nosso plano de renovação de frota e a adição de capacidade necessária para novas demandas, analisando a vida útil dos rebocadores em operação, os novos requisitos de potência em função dos navios de maior porte e os projetos de novos terminais e instalações de transferência de carga”, conta Castro.

Ele acrescenta que analisar essas variáveis ajuda a definir o plano de construção para o futuro. “Essa revisão nos traz segurança para a contratação de novas unidades ao estaleiro do grupo Wilson Sons, localizado no Guarujá (SP). Buscamos sempre ter capacidade disponível para nos diferenciarmos e atender as oportunidades que sempre surgem”, destaca Castro.

Na série de seis novas embarcações, a Wilson Sons lançou no Brasil os primeiros rebocadores com padrão IMO TIER III, de prevenção de poluição de navios, estabelecido pela Organização Marítima Internacional (IMO). As unidades promovem a redução das emissões de óxidos de nitrogênio em 70%, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar onde operam.

Castro diz que os novos rebocadores contam com design inovador, que permite a redução de até 14% nas emissões de gases de efeito estufa, em função de uma hidrodinâmica mais eficiente por meio das duplas quilhas (twin fin), que melhoram a navegação e aumentam a capacidade de arrasto durante as manobras. “Esse novo design de casco garante a redução do consumo de combustível e, consequentemente, das emissões”, detalha. Ele acrescenta que esse projeto está totalmente alinhado com a agenda de sustentabilidade do grupo Wilson Sons, da nova Diretoria de Sustentabilidade da companhia.

A Sulnorte tem um projeto de construção de 10 novos rebocadores azimutais com aproximadamente 75 toneladas de bollard pull, que teve sua prioridade aprovada durante a 51ª reunião do Conselho Diretor do Fundo de Marinha Mercante (CDFMM). Essas embarcações serão construídas com base no projeto RAMpart 2500 do projetista canadense Robert Allan Ltd.

A empresa também tem aprovado a prioridade de recursos do Fundo da Marinha Mercante (FMM) para modernização de outras três embarcações próprias, que serão convertidas de rebocadores convencionais para azimutais. Até o final de 2023, a Sulnorte pretende lançar um novo rebocador, construído com recursos próprios, também baseado em um projeto Robert Allan Ltd., o RApport 2400 MKI, que deve superar 60 toneladas de BP, atualmente em construção no Estaleiro Rio Maguari (PA).

Souto adianta que as próximas construções da Sulnorte farão uso de motores de última geração que trazem, além de economias relacionadas ao consumo, reduções de emissão de gases efeito estufa. “Da mesma forma, a Sulnorte já trabalha internamente em outras estratégias relacionadas a metas de redução de nossa pegada de carbono posicionando-a adequadamente neste sentido”, revela Souto.

Os maiores e mais pesados navios ainda representam uma fração muito pequena de toda a demanda do mercado no qual a Sulnorte está inserida. Nos portos nos quais a empresa atua, 90% do volume de manobras são representados por navios com menos de 100.000 toneladas de DWT. Os navios de maior porte demandam rebocadores específicos, com características especiais relacionadas principalmente à sua força de tração estática. Essas características se traduzem tanto em custos de capital quanto em custos operacionais para as empresas que os operam. Souto diz que a Sulnorte considera sua frota atual ágil e específica, voltada ao atendimento das demandas dos portos mais movimentados do Brasil.

“Nossa frota foi projetada e construída com o foco principal no apoio a operações realizadas em área portuária — atracações, desatracações, escolta, etc. Desta maneira, nos diferenciamos pela eficiência de nossa frota, que atende à maior parte dos navios que operam na costa brasileira com o uso compatível de energia e sem a eventual geração de desperdícios”, avalia. Ele ressalta que conteineiros com 366m de comprimento representam um mercado ainda muito específico, mas que está em franco crescimento, sendo objeto dos planos de renovação da frota da Sulnorte ao longo dos próximos anos.

Atualmente, a Saam Towage opera 49 rebocadores no Brasil, sendo 45 próprios e quatro afretados a casco nu. A empresa enfatiza que 100% de sua frota são compostos por rebocadores azimutais. A Saam Towage considera que detém uma das frotas de rebocadores mais modernas do Brasil que, aliada à tripulação qualificada e experiente, permite que esteja pronta para atender os navios de grande porte com eficiência e segurança.

Após a concretização da compra dos rebocadores da Starnav, operação prevista para ocorrer no início de 2023, a Saam Towage receberá mais 21 rebocadores azimutais de última geração, com tração estática média de quase 80 toneladas BP. “Quando somarmos a frota de 21 rebocadores da Starnav no início de 2023, reforçaremos ainda mais nossa posição, detendo uma frota referência em modernidade, eficiência e alta potência”, destaca Renata.

Procurada, a Starnav não comentou sobre o mercado e o ano de 2022 devido ao processo de venda dos rebocadores para a Saam Towage. A partir do negócio, a Starnav pretende focar nas operações de apoio offshore. A lista de 21 rebocadores a serem integrados pela Saam Towage em 2023 inclui quatro unidades que estão em construção no estaleiro Detroit (SC) e contam com um sistema da Schottel de acionamento dos dois propulsores, utilizando apenas um motor, reduzindo o consumo de combustível e de emissão de gases de efeito estufa.

Renata diz que, em outubro, a Saam Towage também atingiu um marco importante ao fechar um acordo para a construção dos dois primeiros rebocadores elétricos de sua frota, que operarão em Vancouver, no Canadá. As novas embarcações ElectRA 2300SX foram projetadas pelo Robert Allan e reduzirão 2.400 toneladas de gases de efeito estufa a cada ano. Os rebocadores serão construídos na Sanmar Shipyards, na Turquia. “Estas novas incorporações estão alinhadas ao nosso objetivo de promover a inovação e o desenvolvimento de uma operação cada vez mais sustentável”, acredita Renata.

A Svitzer também vê um crescente interesse na “economia verde” por parte de clientes e demais stakeholders portuários no Brasil. Cohen explica que muitos portos brasileiros são ambiciosos nesse sentido e, como líder do setor em descarbonização e inovação, a Svitzer está em uma forte posição para formar novas parcerias estratégicas de sustentabilidade. O diretor-executivo relata que, em outros países, a Svitzer já opera rebocadores de novos combustíveis mais verdes e que existem ambições para fazer o mesmo no Brasil.

A Svitzer acredita ter conseguido construir uma base de clientes diversificada e sólida em todos os segmentos, o que considera importante para a empresa manter-se atenta e garantindo o melhor serviço possível. “A Svitzer no Brasil é uma operadora completa com rebocadores modernos e potentes que atendem todos os tipos de manobras e embarcações. Faz parte do nosso DNA focar nas necessidades do cliente, e temos experiência e equipamentos para atender quaisquer demandas”, afirma Cohen.

Para a Svitzer, a necessidade de atender navios maiores é um sinal positivo para o Brasil. Segundo Cohen, a empresa detém uma das frotas mais eficientes e modernas do Brasil e está atenta às exigências dos clientes, a fim de atender até aos maiores navios, nas mais diversas condições.

Neste início de 2023, a Svitzer Brasil opera 17 rebocadores e tem outros seis rebocadores em construção. A empresa opera dois rebocadores em Rio Grande; quatro em Santos, um em Vitória, dois em Suape, dois em Pecém, três em São Francisco do Sul e três em Paranaguá. Os seis rebocadores encomendados em 2021 e 2022 estão sendo construídos no Estaleiro Rio Maguari (PA) e serão entregues em 2023 e 2024, com o primeiro pronto para operar já no primeiro trimestre de 2023.

“Com uma encomenda recente de dois novos rebocadores de tração estática azimutal (ASD) de 70 toneladas, estamos construindo um total de seis novos e modernos rebocadores no Brasil”, destaca Cohen. A avaliação da Svitzer é que a empresa mantém desenvolvimento constante a partir da conservação da curva de crescimento acentuada com novas filiais portuárias sendo abertas quase todos os anos desde o início das operações no Brasil.

Neste início de 2023, a Svitzer entrará no 8º porto brasileiro quando passará a oferecer serviços nos portos de Salvador e Aratu, na Bahia, com dois modernos e potentes rebocadores ASD. “Nosso ambicioso programa de construção significa que continuaremos a entrar em novos mercados e atender mais clientes nos próximos meses e anos”, projeta Cohen.

A Gávea Logística tem perspectivas de contínuo crescimento em relação à quantidade de atendimentos e também em volume de cargas. “Em 2022, tivemos um acréscimo de aproximadamente 50% em nossos atendimentos de apoio portuário”, conta o gerente comercial da empresa, Bruno Schmidt. A empresa integra operações logísticas de armazenagem, transporte terrestre, operação portuária e operação marítima. Segundo Schmidt, todos essses segmentos estão em plena evolução.

“Temos construído novas embarcações, o que nos dará ainda mais envergadura de atendimento a diversos tipos de carga, ou seja, regulares e cargas de projeto”, afirma Schmidt. Ele adiantou que são embarcações multifuncionais previstas para serem entregues ao operacional da empresa no segundo semestre de 2023. Para a Gávea, as principais oportunidades atualmente estão no segmento de cargas de projeto e descomissionamento.

A Manobrasso Serviços Marítimos destaca que a atividade de apoio portuário representou um percentual considerável das operações da empresa em 2022, quando operou principalmente na montagem e desmontagem de estruturas metálicas dos equipamentos portuários. O diretor comercial da Manobrasso, Ronaldo Noronha, acredita que, apesar do novo cenário político, o segmento continuará a crescer.

Na visão da Manobrasso, as principais oportunidades e apostas para esse segmento em 2023 estão nas obras de expansão do setor portuário e na movimentação de cargas de projeto. “Estamos alinhados em realizar o que foi definido no nosso planejamento estratégico de 2021”, diz Noronha. Ele acrescenta que a Manobrasso está estrategicamente localizada em toda a costa brasileira. “Temos parcerias consolidadas em todo o território nacional, agregando valor a todas as nossas operações”, destaca o diretor.

A Camorim dispõe atualmente de 143 embarcações entre rebocadores, balsas, lanchas, LHs (manuseio de linhas e amarrações), PSVs (transporte de suprimentos) e AHTS (manuseio de âncoras), dos quais 113 são próprios. Adami salienta que, apenas em 2022, a Camorim adquiriu três embarcações, reativou outras três, afretou dois rebocadores azimutais e iniciou o projeto de modernização de dois rebocadores, que transformará unidades do tipo tkm (tubulão kort móvel) em azimutais de 70 toneladas de BP. “Felizmente, o aumento da demanda nos permitiu investir de forma substancial em nossa frota”, comemora Adami.

A empresa também tem uma embarcação em construção no estaleiro Camorim com previsão de entrega para 2023 e um plano de construção de novos rebocadores em fase final de elaboração. “O novo plano de construção de embarcações da Camorim está em fase final e inclui soluções para reduzir o impacto ambiental da nova frota. O estaleiro da empresa, localizado em Niterói (RJ), já está sendo mobilizado para essas futuras construções”, revela Adami.

Site: Portos e Navios – 02/03/2023


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