Cenário pós-pandemia indicou tendência de aumento da ocupação de berços
Comitê de Usuários dos Portos da ACSP estima que, se taxa média passar de 65% para 75% e havendo previsibilidade dos porta-contêineres, relação de tempo de espera com tempo de atracação não será desconfortável para complexo de Santos
O Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da Associação Comercial de São Paulo (Comus/ACSP) avalia que o projeto do novo terminal de contêineres do Porto de Santos (STS-10) é desejável, mas está dentro de um contexto de buscar ativos existentes e soluções para obtenção de ganhos de capacidade e aumento de produtividade para consolidar o hub santista. O grupo verificou que, no final de 2021, trabalhava-se com uma capacidade praticamente inalterável de contêineres no complexo portuário de Santos de 5,3 milhões de TEUs, porém entende que um novo Tecon não virá a tempo de dar acréscimo de capacidade ao complexo portuário.
O coordenador do Comus/ACSP, José Cândido Senna, analisou que os agentes trabalhavam com taxa média de ocupação de berços de 65%, porém houve alguns avanços que começaram a melhorar o cenário, o que fez os estudos começaram a indicar tendência de aumento das taxas médias de ocupação dos berços. Ele citou a evolução nas manobras de atracação e desatracação da praticagem, bem como o atenuamento da crise global e a maior previsibilidade dos porta-contêineres.
Senna lembrou que o sistema ficou traumatizado com a pandemia a partir de 2020, além de fatores como a operação padrão no final de 2021 e o cancelamento de agendamentos e blank sailings (omissões de escalas) nos últimos dois anos. A avaliação é que essas questões trouxeram repercussões importantes no desempenho dos terminais. No cenário atual, o Comus estima que, se a taxa média de ocupação passar de 65% para 75% e havendo previsibilidade dos porta-contêineres, a relação de tempo de espera com tempo de atracação não será desconfortável.
“Acrescentamos, aos 5,3 milhões de TEUs, 750 mil TEUs, que equivalem a um terço de um ‘STS-10’ e a tudo que cresceu da movimentação de contêineres em Santos de 2018 para 2022. Todo acréscimo dos últimos 4 a 5 anos é perfeitamente acomodável no acréscimo de capacidade do sistema”, afirmou Senna, na última semana, durante reunião mensal do Comus/ACSP.
Site: Portos e Navios – 07/02/2023
