2023-02-07
Após 3 meses, caso do graneleiro São Luiz segue em investigação

Governo do estado do Rio de Janeiro contabilizou outros 51 cascos abandonados e/ou soçobrados na Baía de Guanabara

Em novembro, o graneleiro São Luiz se desprendeu e atingiu pilares de sustentação da Ponte Rio-Niterói. Após três meses, o navio encontra-se atracado no cais da companhia docas e o caso continua na Justiça. Segundo o governo do estado do Rio de Janeiro, para dar maior agilidade ao processo, o governo vem acompanhado de perto e buscando ações para dar uma solução definitiva aos outros navios que estão ancorados, sem tripulação, na Baía de Guanabara.

No dia 16 de janeiro, foram contabilizados 51 cascos abandonados e/ou soçobrados, após a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), em apoio à Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, realizar um sobrevoo na baía para mapeamento das embarcações. A ação seguiu pelas áreas marítimas ao redor da Ilha da Conceição, do canal do Gradim, da foz do Rio Guaraí, ao norte da Ilha de Paquetá, ao norte da Ilha do Governador e seus canais de navegação, a oeste do Aeroporto Internacional Tom Jobim, a oeste da Ilha do Fundão e a área do Caju.

De acordo com a assessoria, a iniciativa teve como objetivo contribuir para o prosseguimento das ações que visam dar destinação legal e sustentável aos materiais, por meio de processo de perdimento e, posteriormente, leilão em hasta pública, de modo a zelar pela segurança do tráfego aquaviário, salvaguarda da vida humana no mar e a prevenção da poluição hídrica na região.

A engenheira e consultora ambiental Kerlency Farias, alerta que é necessário tomar providências pois resíduos como tinta, ferro e aço, resíduos sanitários, orgânicos, cabos elétricos, óleos lubrificantes, tambores de plástico, restos de madeiras, e diversos outros tipos de materiais em menor quantidade, ficam sendo sendo decompostos, gradativamente, dentro da baía.

"Os resíduos presentes nos navios irão contaminar a água, o solo e, consequentemente, as espécies de fauna e flora e a população. Promovendo toxicidade crônica, em que os efeitos tóxicos ocorrem gradativamente ao longo do tempo. O que é um verdadeiro descaso, principalmente diante da situação de poluição em que a baía já se encontra atualmente", lamentou Farias em entrevista à Portos e Navios.

No final de 2022, o governo do Rio solicitou à Capitania dos Portos o acesso ao inventário dos navios existentes na Baía de Guanabara, com a identificação dos seus respectivos proprietários. O estado tem acompanhado, também, a tramitação do Projeto de Lei 6513/2022, que dispõe sobre as atividades relacionadas ao desmantelamento de embarcações e de ativos marítimos “offshore”, em alinhamento à denominada "Economia do Mar".

A nível federal, a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Seenemar) tem também acompanhado o projeto de lei 1584/21, do deputado Coronel Armando (PL), que propõe regras para o desmonte e a reciclagem de embarcações e de instalações removidas do mar, como plataformas de petróleo, para reciclagem em terra.

Site: Portos e Navios – 07/02/2023


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