2023-01-26
Com boas perspectivas, indústria naval fluminense espera retomada em 2023

Secretário de Energia e de Economia do Mar do Rio de Janeiro afirmou em entrevista que estado pretende atrair novos projetos de construção, como o pacote de 12 navios-patrulha que a Marinha pretende viabilizar. Reparo e manutenção de embarcações e descomissionamento de plataformas também estão no radar

A partir de 2023, o estado do Rio de Janeiro espera atrair novos projetos para a construção naval, entre os quais o pacote que a Marinha do Brasil pretende lançar para obtenção de 12 navios-patrulha. Após se reunir com a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), na última terça-feira (24), o secretário estadual de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro, Hugo Leal, disse em entrevista que o estado tem muitos planos para a indústria naval. Ele ressaltou que, para isso, seria necessário uma remodelagem no ambiente fiscal e tributário.

Durante entrevista para o site EPBR, o secretário afirmou que ainda não está definido o projeto, mas sabe que cada navio-patrulha valerá em torno de US$ 35 milhões. "Vamos fazer todo o possível para trazer esse projeto para o Rio. Vamos colocar essa indústria em potencial aqui", declarou. Em dezembro de 2022, foi entregue ao setor operativo da Marinha do Brasil, o navio-patrulha (NPa) “Maracanã”, inacabado no Estaleiro Ilha S/A (Eisa), que foi transferido e finalizado no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ).

Para Leal, além da tecnologia, um dos debates principais está relacionado ao ambiente fiscal e tributário, sendo necessário criar um ambiente para impulsionar essa atividade no estado. "Temos que conciliar os interesses das atividades privadas com os interesses governamentais, seja no plano estadual quanto no federal para disputarmos de forma justa", destacou.

Para o secretário, antigamente havia muito discurso e pouco recurso e agora a situação é inversa. Por isso, ele entende que é necessário "começar a agir". "O que eu posso oferecer para poder manter essa indústria naval, em termos de qualificação de mão de obra, ambiente fiscal e tributário, ambiente para impulsionar essa atividade? Por que deixam de fazer um navio aqui para fazer em Pernambuco? Para fazer no Jurong, no Espírito Santo?”, questionou.

Segundo Leal, além da construção, o governo estadual pretende investir em reparo e manutenção de embarcações e descomissionamento de plataformas de óleo e gás. No último mês, o governo tem conversado com empresas do setor, para entender as demandas e evitar que os estaleiros do Rio percam encomendas. Além disso, em seu discurso de posse, o governador Cláudio Castro ressaltou que pretende atualizar os regimes tributários, reforçar a vocação natural do estado nos setores de petróleo e gás, indústria naval e nuclear.

Na esfera federal, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, também tem sinalizado interesse em fomentar a indústria naval. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante sua campanha à presidência, chegou a afirmar que vai apoiar o Rio de Janeiro a recuperar a indústria naval e de óleo e gás, para a geração de empregos. “Eu quero ajudar o Rio a recuperar a indústria de óleo e gás, a indústria naval. Fazer com que o Rio volte a ser um estado promissor, um estado gerador de empregos, gerador de cultura”, disse Lula.

Site: Portos e Navios – 26/01/2023


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