Marinha determina afastamento do antigo porta-aviões do litoral do país
Segundo autoridade marítima brasileira, objetivo é preservar segurança da navegação e evitar danos a terceiros e ao meio ambiente
A Marinha do Brasil determinou, na última sexta-feira (20), o afastamento do casco do antigo porta-aviões São Paulo do litoral do país. A decisão foi tomada após inspeção que verificou "severa degradação das condições de flutuabilidade". A força naval mobilizou duas embarcações para acompanhar o navio: a fragata União e o navio de apoio marítimo Purus. Em nota, a Marinha comunicou que o navio agora terá o controle da força, por meio da autoridade marítima brasileira (AMB).
Na última quinta-feira (19), o casco do porta-aviões começou a ser movimentado para longe do litoral pernambucano, onde tinha sido proibido de atracar pela Justiça Federal em outubro de 2022. Já na sexta-feira (20), a embarcação estava a cerca de 335 quilômetros do Porto de Suape (PE). Segundo a Marinha, a medida foi necessária após inspeção, que concluiu que a agente marítima MSK Maritime Services & Trading, parceira do estaleiro turco Sök Denizcilik and Ticaret, não adotou as providências exigidas para preservar a segurança do casco.
"Dadas as condições em que o casco se encontra, não foi autorizado a aproximação deste de águas interiores ou terminais portuários, em face do elevado risco que representa, com possibilidade que encalhe, afunde ou interdite o canal de acesso ao porto nacional", destacou a Marinha.
Segundo o comunicado, as companhias que compraram o antigo porta-aviões em um leilão em 2021, “não teriam efetivado as providências anteriormente determinadas pela AMB”. “Cabe ressaltar que a Sök não deixou de ter responsabilidade pelo bem”, afirmou a nota.
A força naval não informou ainda para onde o porta-aviões está sendo levado, ou quem está pagando a operação, a partir do momento em que assumiu o controle do navio. No início do ano, a MSK informou as autoridades que estava "nos limites de seus recursos" e renunciava à propriedade.
Segundo seus representantes legais, antes do comunicado da Marinha, tal medida se dá em razão das autoridades brasileiras não "empenharem os esforços necessários e muito menos encontrarem uma solução" para que o navio pudesse atracar e posteriormente seguir para o seu processo de reciclagem na Turquia.
"Desde outubro de 2022 o antigo porta-aviões da Marinha brasileira, que por anos percorreu todo o litoral brasileiro e por mais de 10 anos esteve sem manutenção, aguarda uma definição das autoridades, consumindo recursos valiosos, incluindo o gasto de aproximadamente 20 toneladas diárias de combustível, em claro prejuízo ambiental", comentou a MSK.
Site Portos e Navios -24/01/2023
