Edital de licitação para a dragagem do Canal de São Lourenço sai ainda este trimestre
Segundo a Prefeitura de Niterói, com a dragagem município terá novas oportunidades de trabalho
Após uma espera de quase 40 anos, a dragagem do canal de São Lourenço, que dá acesso ao Porto de Niterói, está saindo do papel. Com um investimento de cerca de de R$ 140 milhões, neste trimestre, a prefeitura lançará o edital de licitação para a dragagem que tem como objetivo aumentar o calado do canal de 7 para 12 metros e permitir a entrada de navios de grande porte para impulsionar o setor.
De acordo com a assessoria da prefeitura, o porto assoreado, e com o calado pequeno, impede a entrada de navios de grande porte e colabora para que o município perdesse espaço e tivesse uma migração de serviços de reparo e offshore para outros estados.
Dessa forma, Luiz Paulino Moreira, secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói, vê na dragagem do Canal de São Lourenço um dos principais fatores para a recuperação da indústria naval e a retomada de empregos no setor. “Queremos alavancar a economia e, principalmente, criar novas oportunidades de trabalho na cidade. Caberá ao município impulsionar a estruturação da área portuária de Niterói", destacou.
Há cerca de cinco anos, o secretário iniciou a negociação com o Ministério dos Portos para que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/ Rima) da dragagem saísse do papel. De lá para cá houveram algumas mudanças no cenário em Brasília, mas a prefeitura concluiu o estudo, feito através da Concremat, empresa licitada, com um investimento de R$ 772 mil. Passou por todas etapas e em 2022 recebeu a aprovação definitiva da licença.
"Hoje o município está pronto para lançar a licitação que irá culminar com a tão sonhada obra da dragagem. Foi uma grande peregrinação, mas estamos bem próximos e dar o passo que irá aproximar novamente a cidade do seu posto de berço da Indústria naval", comentou Moreira.
Segundo o secretário, o Porto de Niterói terá pouco mais de 100 quilômetros de rota para que os navios e embarcações atuem diretamente na prospecção do pré-sal, sendo estratégico para a logística desta área. Como benefício direto da obra, a prefeitura também pretende instalar um terminal pesqueiro com prédio principal para comercialização, fábrica de gelo, área para expedição e box para recepção de pescados junto ao cais, expedição rodoviária, área das docas, além de espaços para lojas, restaurantes e entretenimento.
Atualmente, os locais de desembarque pesqueiro de Niterói e São Gonçalo são provisórios e não comportam a demanda, desde a desativação em 1992 do Terminal Pesqueiro da Praça XV. Hoje, o principal cais de desembarque da Baía de Guanabara funciona na Ilha da Conceição, fazendo com que grande parte da frota fluminense desembarque em outros estados ou municípios como Cabo Frio, Angra dos Reis e Itajaí em Santa Catarina.
Moreira comenta que ao receber a cessão do espaço do governo federal, a prefeitura vai implementar uma parceria público-privada para atrair empreendedores que foquem na modernização do espaço existente. "Queremos ampliar as instalações para que o local possa se tornar um entreposto ao estilo de grandes como Portugal ou Japão. Além deles movimentarem milhares por ano, geram emprego e renda. Pela sua localização a ideia é que o Porto de Niterói possa se tornar um dos principais entrepostos do País", disse.
A dragagem será supervisionada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH), responsável pelo projeto. E os trabalhos serão realizados de acordo com as orientações técnicas do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). "Vão ganhar o município, estado e o governo federal. É uma iniciativa focada no viés econômico", relembrou o secretário.
Site Portos e Navios – 17/01/2023
