2023-01-09
Para especialistas, 2023 será um ano difícil para o mercado internacional de cargas secas

Já para o setor úmido, a expectativa é de que o ano seja favorável.

Nos últimos anos, o mercado internacional de carga seca tem tido um crescimento significativo. Entretanto, para Adam Kent, diretor geral da Maritime Strategies International (MSI), 2023 será um ano dividido entre duas metades: enquanto os setores úmidos estão começando o ano em posição favorável, os secos estão com dificuldades.

Para Kent, mercados secos como contêineres, ro-ros e setores de embarcações multifuncionais não começaram o ano muito bem. Além disso, em 2022, na segunda metade do ano, esses mercados caíram e, em alguns casos, consideravelmente. Segundo o diretora da MSI, já para os setores úmidos este cenário foi oposto. Mesmo que o ano tenha começado "devagar", ele aumentou gradativamente no terceiro e quarto trimestre do ano passado.

Para Plamen Natkoff, diretor associado de Commodities e Frete de Granéis Secos da MSI, é difícil ver sinais positivos para o crescimento do comércio nos primeiros meses de 2023. Mas é possível que a segunda metade do ano traga perspectivas de retomada, principalmente para minério de ferro e granéis sólidos.

A empresa prevê um crescimento de cerca de 25 a 30 milhões de toneladas nos fluxos de minério de ferro ao longo do ano. Natkoff, traz como destaque também os granéis secos de menor volume, que sofreram uma pressão significativa no ano passado, com uma economia em declínio.

Em 2022, em relação ao crescimento internacional da carga marítima, o aumento foi de 1%. A previsão é que em 2023 seja de 2%.

Em relação ao lado da oferta no transporte marítimo, o diretor comenta que a carteira de pedidos para navios-tanque e granéis sólidos têm parecido muito favorável, enquanto há um desafio no lado dos contêineres e dos gaseiros pelos próximos 12 meses.

Olhando de uma perspectiva macroeconômica, Kent acredita que 2023 ainda será um ano difícil, principalmente por causa de alguns ventos fortes contrários como o aumento das taxas de juros e inflação. Os especialistas também ainda se sentem inseguros com o desenrolar da política de Covid-zero na China, afetando a demanda e a manufatura chinesas.

Site Portos e Navios – 09/01/2023


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