Para Lachmann, Brasil precisa nivelar taxas marítimas e investir em armazenagem
Durante 41⁰ Enaex, diretor da agência marítima apontou que uma das possibilidades para melhorar condições de armazenamento é realizar investimentos em áreas retroportuárias
A pluralidade das taxas nos portos brasileiros e a falta de investimento em infraestrutura de armazenagem trazem ineficiência para a exportação do país. A avaliação é do diretor comercial da Lachmann Agência Marítima, Luiz Henrique Maluz, que participou, na última sexta-feira (18), do 41º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex 2022), em painel que discutiu propostas para reduzir o custo da logística de transporte no comércio exterior.
Maluz acredita que a falta de um nivelamento das taxas marítimas portuárias, com múltiplas nomenclaturas e valores confundem o armador responsável. "Precisamos avançar na discussão da equalização das taxas. Não se pode cobrar uma taxa no Porto de Santos (SP) e outra no Porto de Tubarão (ES) exportando a mesma mercadoria. O armador acaba não entendendo o porquê dessa diversidade se estamos falando do mesmo país", comentou.
Segundo a pesquisa 'Desafios à Competitividade das Exportações Brasileiras', desenvolvida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) quatro dos cinco maiores obstáculos indicados por exportadores estão ligados a custos de movimentação de produtos, entre eles estão o "custo do transporte internacional", as "elevadas tarifas cobradas pelas administrações portuárias", o "custo do transporte doméstico".
No encontro, outro ponto amplamente discutido pelo diretor da Lachmann Agência Marítima está relacionado à armazenagem. Atualmente, o Brasil depende de importação para comprar 85% dos fertilizantes que necessita. No início do ano, devido à guerra na Ucrânia, o país importou 30,77 milhões de toneladas nos primeiros nove meses deste ano. Em outubro foram redirecionadas 24,7 mil toneladas de adubo, que chegaram da Jordânia, por falta de infraestrutura para armazenagem dos grandes volumes. Em setembro o caso já tinha se repetido: 17 mil toneladas de fertilizantes fosfatados, vindos do Egito, foram reexportados.
Como solução, Maluz apontou duas possibilidades: a primeira está relacionada a um investimento expressivo em expansão retroportuária. "Você não pode simplesmente depender do porto molhado, você precisa ter o porto seco e hoje isso quase não acontece. O governo e a iniciativa privada ainda olham somente para o porto molhado, para a questão da privatização e você tem outras regiões para expandir”, destaca.
A segunda seria utilizar a barcaça para armazenagem ou navios que estão sendo subutilizados. "Você tem uma costa brasileira muito ampla e com espaço. Isso é viável e foi feito combustível a pouco tempo atrás. Acredito que esse é um ponto que precisamos pensar para termos facilidade logística e melhorar o nosso país", finalizou.
Site: Portos e Navios – 21/11/2022
