Operações não foram afetadas por bloqueios, afirmam agentes
Para operadores portuários e logísticos, algumas medidas adotas, como flexibilização de janelas, evitaram problemas de agendamento de gate durante os mais de 10 dias de rodovias com trechos bloqueados. No total, 1.087 pontos de protestos foram contabilizados em todo país no período
Agentes do setor portuário e de logística avaliam que os bloqueios em rodovias por militantes contrários ao resultado das eleições presidenciais e que foram totalmente liberados somente na última quinta-feira (10), não afetaram as operações portuárias. A avaliação é que os bloqueios de estradas brasileiras por inconformados com o anúncio da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no dia 30 de outubro, não afetaram a atracação e desatracação de navios. Ao todo, 1.087 pontos de protestos foram contabilizados neste período.
A Santos Port Authority (SPA), que administra o maior porto da América Latina, afirmou à Portos e Navios que não registrou impactos e que a operação seguiu o tempo todo dentro da normalidade. Alguns portos adotaram medidas como a flexibilização das janelas de entrada no pátio, a fim de evitar que os caminhões perdessem o agendamento por conta das interdições no trajeto até os portos.
A Portos do Paraná também não sentiu prejuízos diretos na operação portuária que refletissem na atracação e desatracação de navios. A assessoria alegou que a principal via de acesso ao Porto de Paranaguá, a BR-277, foi desbloqueada no último dia 3 de novembro. Com o fluxo liberado, a diretoria de operações do porto dilatou o período das janelas de entrada no pátio público de triagem — que recebe os caminhões que chegam para descarregar granéis sólidos, vegetais para exportação como soja, milho e farelo de soja — para que nenhum caminhão perdesse o seu agendamento, em virtude dos bloqueios.
A Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport) não registrou retornos negativos de seus associados sobre essa questão. A associação ressaltou que tratou a situação com normalidade, sem prejuízos tanto à circulação nas rodovias, especialmente na Bahia, quanto às operações dos portos baianos.
A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) também não registrou impactos da paralisação. A associação ressaltou à reportagem que endossa e compartilha o posicionamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), sobre os protestos "não pacíficos e antidemocráticos dos caminhoneiros em diversos pontos do país". "O setor respeita o direito de manifestação de todo cidadão, entretanto, lembra que ele deve ser exercido sem prejudicar o direito de ir e vir das pessoas. A Abol defende e trabalha em prol do pleno funcionamento da cadeia logística do Brasil", declarou.
No último dia 10 de novembro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF), junto com o Ministro da Justiça, Anderson Torres, publicaram em suas redes sociais que a PRF realizou o último desbloqueio de rodovias do país em Vilhena (RO). "Após atuação continuada da PRF, chegamos a uma normalização da circulação viária no País", relatou Torres. "Ao mesmo tempo, seguimos nos trâmites de conclusão da nossa vitoriosa gestão frente ao Ministério da Justiça, e o consequente processo de transição de governo", completou.
Durante os protestos, os manifestantes que bloquearam rodovias federais receberam multas previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), variando entre R$ 5,8 mil e R$ 17,6 mil. Em alguns casos, os que forem atuados por realizar bloqueios ou organizá-los, terão seus nomes encaminhados à Justiça Federal para responder criminalmente.
Atualmente, não há registro de mais nenhum bloqueio nas estradas brasileiras. Para o acompanhamento em tempo real, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), por meio da Superintendência de Fiscalização e Coordenação das Unidades Regionais, disponibilizou o Painel Situação dos Portos em Tempo Real. “A ferramenta mostra o status de operação portuária, o nível de criticidade e as vias de acesso às instalações. Pelo sistema é possível verificar informações de 34 portos públicos e de sete terminais privados”, afirmou a agência.
Site: Portos e Navios – 17/11/2022
