Suape projeta expansão do parque de tancagem para 1 milhão de m³
Atualmente, parque de tancagem do complexo portuário e industrial tem 770.000 m³ de capacidade. Acréscimo considera projetos de ampliação de arrendatários já instalados.
A administração do complexo portuário de Suape projeta a possibilidade de expansão do parque de tancagem, dos atuais 770.000 metros cúbicos (m³), para 1.000.000 m³, considerando os arrendatários já instalados. A expectativa é que novos projetos de ampliação voltem ao horizonte nos próximos anos. A avaliação é que a cessão onerosa do cais de múltiplos usos (CMU), com o objetivo de acomodar o terminal de gás natural liquefeito (GNL) em Suape, trará investimentos em superestrutura e obras dutoviárias. A diretoria espera a chegada de grandes players com apetite para as termelétricas e mercado secundário de gás natural, de forma a fomentar esse segmento.
A autoridade portuária registra que 2021 apresenta tendência de queda de movimentação, concentrada na estratégia oriunda das paradas das refinarias para inspeção de equipamentos estacionários, seguindo os padrões de segurança definidos pela Petrobras. “Tal movimento está isolado nos granéis líquidos. Na contramão dessa tela, há a retomada de crescimento no setor automotivo e, principalmente, nas cargas conteinerizadas, forte indicador dos setores industrial e de comércio”, explicou o diretor de gestão portuária de Suape, Paulo Coimbra.
Para os próximos anos, Coimbra vê o GNL ocupando parcela significativa da movimentação dos granéis líquidos, impulsionado pelo momento de escassez hídrica, assim como o GLP, com novas instalações, maior capacidade de armazenagem e crescimento do mercado. O diretor acrescentou que o atendimento às condicionantes ambientais impostas à Rnest pela legislação dará à Refinaria Abreu e Lima (Rnest) maior capacidade de refino e produção, impactando o volume de movimentação, tanto na entrada do petróleo bruto, quanto nos produtos refinados.
Ele contou que os projetos de expansão da tancagem de granéis líquidos sofreram cortes por conta do cenário econômico. Além disso, as incertezas trouxeram a reboque o atraso de projetos que foram relocados na escala do tempo e muitos ainda aguardam sinais concretos para a retomada. Coimbra citou que a expansão da ordem de 30.000 m³ do arrendatário Temape e outros projetos retornaram ao horizonte. O diretor destacou o projeto de GLP para atendimento das regiões Nordeste e Norte e um certame público para a instalação de um terminal de regaseificação de GNL, com foco no uso para os setores de geração e industrial. Também existem algumas iniciativas, em nível de projeto, de investimentos privados na área do complexo industrial portuário, não se limitando ao perímetro do porto organizado.
Em Suape, os granéis líquidos têm 75% de sua movimentação nas operações do sistema Petrobras/Transpetro. No entanto, com as paradas para manutenção nas refinarias em 2021, incluindo a Abreu e Lima, a estratégia da Petrobras foi trazer derivados de petróleo do Golfo do México, através do Porto de Itaqui (MA), onde um terminal dutoviário está operando para a empresa petrolífera, sob contrato, realizando os transbordos por dutos. Os trabalhos de manutenção estavam previstos para 2020, mas foram postergados e somente tiveram início este ano.
A administração de Suape observa que, devido à pandemia e à crise econômica, a demanda de todo o país foi reduzida. Até 2020, Suape apresentava significativa tendência de crescimento dos volumes de granéis líquidos movimentados. O primeiro trimestre do ano passado registrou recorde de granéis líquidos, antes da proliferação da pandemia do novo coronavírus pelo país. “Tal movimento produziu superávit de 2,5 milhões de toneladas, que, a despeito da crise econômica e sanitária, se manteve durante todo o decorrer de 2020, concretizando o recorde histórico de movimentação em Suape, com aproximadamente 19 milhões de toneladas”, lembrou Coimbra
O desempenho do granel líquido no primeiro trimestre ajudou a manter o crescimento, mesmo com as grandes quedas no setor automotivo, eólico e também de granéis sólidos naquele período. A avaliação em Suape é que a indústria e o comércio foram os segmentos mais afetados da economia, enquanto os setores alimentício e de geração de energia tiveram demanda crescente. “As incertezas permanecem ainda no cenário. A crise energética acentuou a necessidade de derivados com mix diverso do usual, com grande demanda das termelétricas por óleo combustível e gás natural”, avaliou Coimbra.
Site Portos e Navios – 28/09/2021
