Portos do Paraná assegura R$ 5,1 bilhões após nove leilões e planeja obras
Complexo portuário projeta salto de eficiência com construção de novos píeres e aprofundamento da dragagem para receber navios maiores
A Portos do Paraná garantiu R$ 5,1 bilhões em investimentos na estrutura portuária após realizar nove leilões que regularizaram 100% das áreas. Além dos valores contratuais, a Autoridade Portuária aplicará mais R$ 1,3 bilhão, proveniente das outorgas, na modernização do segundo maior porto do Brasil.
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, destaca o pioneirismo do estado no setor ao afirmar que o Paraná foi a primeira autoridade portuária brasileira a obter a delegação de competências para realizar seus próprios leilões, a primeira a regularizar 100% das áreas e a primeira a leiloar o próprio Canal de Acesso.
A principal mudança trazida pelas concessões é a segurança jurídica. Até 2018, diversas áreas operavam sob contratos precários, alguns há mais de uma década, o que impedia novos investimentos e prejudicava a remuneração da Autoridade Portuária. A regularização permitirá aportes financeiros em todo o complexo, elevando a produtividade do hub logístico. Entre as grandes obras previstas estão a construção do Píer em “T” (novo corredor de exportação leste) e do Píer em “F” (corredor oeste), além da expansão do píer de líquidos. A primeira fase do Píer em “T”, orçada em R$ 1,2 bilhão, contará com um sistema moderno de esteiras capaz de elevar a movimentação de grãos de 3 mil para 8 mil toneladas por hora em cada berço.
O cronograma de investimentos das arrendatárias varia de cinco a sete anos. Algumas áreas, como os PARs 01 (papel e celulose), 12 (veículos) e 32 (carga geral), já concluíram as obras contratuais. O PAR01, por exemplo, recebeu R$ 146 milhões e movimentou mais de 500 mil toneladas de celulose somente em 2024.
O leilão do Canal de Acesso, realizado em outubro, marcou outro avanço significativo. O consórcio vencedor administrará a dragagem por 25 anos, garantindo previsibilidade e segurança à navegação. A principal intervenção será o aprofundamento do canal, cujo calado passará de 13,3 metros para 15,5 metros em até cinco anos. Essa alteração permitirá que o porto receba navios porta-contêineres do tipo 366, com até 14 mil TEUs, e aumente drasticamente a capacidade de carga por embarcação. Navios graneleiros poderão carregar até 125 mil toneladas de soja e milho, superando a média atual de 78 mil toneladas.
Além do ganho operacional, o modelo gerou benefícios diretos aos usuários. O Consórcio Canal da Galheta Dragagem, formado pelas empresas FTS Participações Societárias S.A., Deme Concessions NV e Deme Dredging NV, venceu a disputa ao oferecer o desconto máximo da tarifa, 12,63%, taxa paga pelos navios para acessar o porto. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o modelo adotado em Paranaguá servirá de referência para futuros leilões em portos como Santos, Itajaí e Rio Grande.
Site Benews – 18/12/2025
