Prêmio ATP 2025 - Porto Sudeste vence na categoria inovação portuária
Já a Samarco Mineração venceu na categoria ‘impacto social’; cerimônia foi hoje em Brasília
A Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) premiou, nesta quinta-feira (23), os projetos do Porto Sudeste e da Samarco Mineração como vencedores da terceira edição do Prêmio ATP, em cerimônia realizada no Clube Naval, em Brasília.
O Porto Sudeste conquistou o primeiro lugar na categoria “inovação tecnológica portuária”, enquanto a Samarco foi a vencedora em “impacto social portuário”.
O Prêmio ATP 2025 recebeu um número recorde de inscrições (53). Na categoria inovação, o Porto Sudeste, localizado em Itaguaí (RJ), foi reconhecido pelo projeto “Derrocagem subaquática com fio diamantado”. De forma pioneira no setor, a companhia utilizou corte de rocha com fio diamantado, minimizando impactos ambientais e otimizando a eficiência operacional portuária. O projeto se destacou pela “precisão, baixo nível de ruído/vibração e reduzida turbidez gerada na água, bem como manutenção da capacidade de operação portuária durante o projeto, conferindo maior competitividade e sustentabilidade ao setor”.
A Samarco conquistou o prêmio principal na categoria impacto social pelo projeto “Maré de Sorte”, que capacitou marisqueiras e pescadores de Ubu, Parati e Meaípe (ES), promovendo inclusão social, formalização da pesca artesanal e sustentabilidade. Foram realizados cursos sobre boas práticas, legislação e educação ambiental, além da
entrega de equipamentos individuais e coletivos. A iniciativa fortaleceu associações locais, melhorou a renda e ampliou o acesso a políticas públicas e mercados formais.
As duas outras companhias premiadas, na categoria inovação, foram o Porto Itapoá (SC), com o segundo lugar, e o Porto do Açu (RJ), em terceiro.
Itapoá foi reconhecido pelo projeto “Otimização de movimentos produtivos”. Para tornar assertivo o posicionamento de contêineres e evitar movimentos improdutivos, criou-se solução com IA para prever o tempo de permanência de contêineres de importação no porto. Os resultados mostraram o potencial de evitar remoções em 29.047 unidades de contêineres em 22 meses. A previsão era evitar a remoção de 500 un/mês, mas a média foi de 1.320 un/mês. Assim, o saving do projeto já alcançou a marca de R$ 1,389 milhão.
O Porto do Açu foi premiado, em terceiro lugar, com o projeto “Coletivo de Ações em Inovação e Sustentabilidade (Cais) – ecossistema de pesquisa, desenvolvimento e inovação”. Implantado no complexo porto-indústria, visa transformá-lo em uma plataforma de inovação. Por meio de uma rede de parcerias, projetos de impacto foram
desenvolvidos sob os pilares de transição energética, transformação digital, novos negócios e melhorias de processos. Em dois anos de atuação, está sendo reconhecido como referência nacional e internacional em inovação portuária.
Capacitação de jovens e valorização da pesca artesanal
Na categoria impacto social, o projeto “Capacitação de jovens” levou a Hidrovias do Brasil a conquistar o segundo lugar, enquanto a Edge foi premiada em terceiro com o projeto “Culinária caiçara na Baixada Santista: valorização da pesca artesanal e cultura tradicional”. A iniciativa da Hidrovias promove a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade, por meio de capacitações técnicas e comportamentais, mentorias e feiras de negócios. Com mais de 200 jovens capacitados, gera impacto social e econômico, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 8 e 11, ao fomentar trabalho decente, crescimento econômico e o fortalecimento das comunidades em territórios portuários.
O projeto da Edge premiado valorizou a culinária e a pesca artesanal, na Baixada Santista, resultando em um livro de receitas. Desenvolvido com comunidades pesqueiras, o livro apresenta receitas com pescados locais, histórias de pontos de pesca e trajetórias de cozinheiros das comunidades. Baseado em dados de desembarque pesqueiro desde 2020, o projeto impactou mais de 2 mil pessoas e promoveu a inclusão, preservação cultural e valorização da pesca artesanal. O livro é um registro histórico e educacional, transformando dados técnicos em patrimônio cultural acessível e combatendo a invisibilidade da cultura caiçara.
A cerimônia de premiação dos vencedores do prêmio ocorreu durante o 12º Encontro ATP. O presidente da Associação, Murillo Barbosa, destaca a qualidade do número crescente de projetos desenvolvidos pelos portos privados no país.
“O recorde de inscrições no Prêmio ATP reflete o compromisso dos portos privados com a inovação, a sustentabilidade e a eficiência operacional, além do investimento em ações sociais alinhadas às melhores práticas do setor”, destaca o presidente da ATP, que representa empresas responsáveis por 73 terminais privados no país,
atuantes em segmentos como agronegócio, mineração, siderurgia, petróleo e gás, contêineres e complexos logísticos.
A banca de jurados do Prêmio ATP, composta por nove profissionais do setor, avaliou os trabalhos inscritos com base em critérios como originalidade, relevância estratégica, aplicabilidade, viabilidade técnica e financeira e engajamento comunitário. Analisaram os projetos especialistas da academia, técnicos do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), entre outros. A ATP não teve participação no julgamento dos trabalhos.
O Prêmio ATP, criado em 2023, foi pioneiro ao premiar ações exclusivas de portos privados brasileiros: terminais de uso privado (TUP), incluindo estações de transbordo de carga (ETC), instalações portuárias de turismo (IPTur), e instalações de registro caracterizadas como Unidade de armazenamento e Regaseificação Flutuante (FSRU).
Site Benews – 24/10/2025
