Portos do Paraná leva inventário da pegada de carbono e saneamento ecológico à COP30
Empresa também será homenageada com selo do Pacto pela Sustentabilidade, do Ministério de Portos e Aeroportos
O inventário da pegada de carbono da Portos do Paraná e o projeto de saneamento ecológico aplicado na Ilha de Eufrasina serão os principais temas abordados pela Autoridade Portuária na COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima). A COP é considerada o maior evento global de discussão sobre as mudanças climáticas e, neste ano, será realizada na cidade de Belém, no Pará.
O diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, participará de dois painéis: o primeiro, no dia 11 de novembro, com o tema “Porto que Cuida”, e o segundo, no dia 12 de novembro, com o foco “O Porto que se Importa”.
O primeiro painel abordará os programas de educação ambiental, com ações voltadas à permacultura — conjunto de práticas que tornam as ocupações humanas mais sustentáveis. “Buscamos soluções baseadas na natureza para levar propostas de menor impacto possível e resolver problemas do dia a dia das comunidades”, explicou o diretor.
O principal projeto apresentado é o dos sistemas de tratamento de esgoto ecológico nas moradias da Ilha de Eufrasina, no litoral do Paraná, desenvolvido pela empresa pública em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tecnologias alternativas, como o reator biológico com vermes ou minhocas (vermifiltro) e o uso de plantas, são aplicadas na filtragem dos efluentes domésticos. O sistema vem revolucionando a qualidade de vida dos moradores. Antes, o esgoto era despejado a céu aberto e seguia em direção à baía.
“Tratamos a qualidade da água com sistemas alternativos, focados nas técnicas da permacultura, e depois levamos capacitações aos moradores para as produções de mariscos e ostras”, pontuou Santana.
O segundo painel trará o inventário da Pegada de Carbono da Portos do Paraná, entregue este ano pela Fundación Valenciaport, que revela as emissões de gases de efeito estufa dos portos paranaenses.
Em 2023, período analisado pela pesquisa, as atividades do complexo portuário dos portos do Paraná emitiram cerca de 678 mil toneladas de CO₂, distribuídas entre três escopos de análise.
O Escopo 1 refere-se às emissões diretas da Autoridade Portuária e representou apenas 2,7% do total. O Escopo 2 contempla as emissões indiretas associadas ao consumo de energia elétrica, somando 0,1%. Já o Escopo 3 inclui as emissões indiretas provenientes de outras atividades relacionadas às operações portuárias, como terminais, modais de transporte terrestre, serviços de apoio portuário e navios — totalizando 97,1% das emissões de gases de efeito estufa (GEE).
A próxima etapa será o desenvolvimento do Plano de Descarbonização da Comunidade Portuária. “Estamos somando esforços para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e atingir as metas da Agenda 2030 e também de 2050 para descarbonização”, destacou o diretor.
Pacto pela Sustentabilidade
A Portos do Paraná também participará, no dia 12 de novembro, do lançamento dos selos do Pacto pela Sustentabilidade, iniciativa do Ministério dos Portos e Aeroportos que busca estimular a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas companhias do setor de infraestrutura, operação portuária, aeroportuária e de navegação. A empresa será homenageada com o selo prata.
Compromisso com a sustentabilidade global
Esta é a sexta vez que a Portos do Paraná é convidada pela ONU a participar da COP. De acordo com João Paulo Santana, as grandes organizações precisam atuar diretamente em projetos sustentáveis. “Temos percebido que os grandes players do mercado mundial são também os maiores poluidores da atmosfera e, mesmo diante dos eventos climáticos extremos, ainda não mergulharam de fato no projeto de descarbonização”, afirmou.
Uma das medidas adotadas pela Portos do Paraná para reduzir a emissão de gases de efeito estufa é a Portaria dos Navios Verdes, que concede preferência de atracação a embarcações menos poluentes — ou seja, que utilizem combustíveis ou tecnologias embarcadas capazes de reduzir suas emissões. “Todos os navios com maior eficiência energética, que emitam menos gases de efeito estufa, têm prioridade na Portos do Paraná”, concluiu Santana.
Site da Portos do Paraná – 06/11/2025
