Tecon Santos deve concluir 2ª etapa da operação com New Panamax nesta terça-feira
Santos Brasil informou que atracação do extra loader ‘CMA CGM Vela’, com 347m e 45m de largura, ocorreu dentro do planejado e não impactou operações cotidianas do terminal. Porta-contêineres tem capacidade para transporte de até 11.040 TEUs
A Santos Brasil espera concluir, nesta terça-feira (25), a segunda parte da operação do CMA CGM Vela, apontado como o maior porta-contêineres a atracar no Porto de Santos (SP) e na costa leste da América do Sul. A fase de atracação no Tecon Santos, administrado pela operadora portuária, foi concluída na tarde desta segunda-feira (24) e a movimentação de carga a bordo do navio está em curso. A última etapa será de desatracação do navio, da classe New Panamax, que seguirá para Cingapura. Com 347 metros de comprimento e 45 metros de largura, o navio tem capacidade para transporte de até 11.040 TEUs.
Além das dimensões, o diretor comercial da Santos Brasil, Danilo Ramos, destacou que a operação está com consignação acima da média, relativamente alta, mesmo para o padrão do Porto de Santos. Ele contou que a operação de atracação transcorreu conforme planejado e que o navio chegou na hora prevista no cronograma e com condições de tempo favoráveis. “Tivemos uma manobra tranquila, suave e dentro daquilo que planejamos”, afirmou Ramos à Portos e Navios. Ele contou que a especulação e o planejamento para recepção desse navio durou em torno de seis meses.
De acordo com a CMA CGM, o porte do Vela equivale a nove estátuas do Cristo Redentor e tem sido utilizado como um carregador extra no serviço semanal ‘SEAS 2’, que faz a operação da China e Sudeste Asiático até a costa leste da América do Sul. O armador informou que, durante a passagem do navio em Santos, cerca de 1.500 contêineres serão operados, carregados ou descarregados. O porta-contêineres com bandeira de Malta foi construído em 2008.
Ramos, da Santos Brasil, ressaltou que o extra loader não impactou a operação do Tecon, que movimenta de 20.000 a 25.000 TEUs por semana. Ele acredita que a escolha do Tecon Santos levou em conta os investimentos em eficiência que a Santos Brasil vem realizando em seu terminal nos últimos anos, desde compra de super guindastes a aportes em tecnologia da informação (TI) e em gestão do ativo.
O diretor disse que o Tecon Santos investiu e disponibilizou a infraestrutura necessária com a devida antecedência. “Já tínhamos sinalizado essa capacidade. O armador nos selecionou no Porto de Santos por considerar o terminal mais seguro e mais eficiente para receber essa embarcação de grande porte”, avaliou Ramos.
O diretor comercial da Santos Brasil explicou que após esta escala-teste com o ‘CMA CGM Vela’ serão feitos diagnósticos para identificar pontos a serem revistos ou corrigidos para as próximas manobras de navios desse porte ou superiores. Segundo Ramos, o calado de 14,20m operado hoje não será o suficiente para atender à próxima geração de porta-contêineres que virão para a costa leste sul-americana. “Precisamos que investimentos em dragagem continuem sendo feitos para a próxima geração de navios”, apontou.
Operadores, armadores e agentes setoriais acreditam que seja necessário elevar esse patamar para 15,50m ao longo dos próximos meses para que seja possível receber os navios com 366m de comprimento previstos para o final de 2023 e 2024. Os navios, com capacidade de 14.000 TEUS a 15.000 TEUs de capacidade, estão sendo construídos sob medida para operar na costa brasileira. “Esses navios vão subir à régua em relação às necessidades de ter maior profundidade", salientou.
Para a chegada do New Panamax em segurança, a Capitania dos Portos de São Paulo suspendeu por duas horas a travessia das balsas de Santos/Guarujá. O navio foi manobrado por dois práticos e um total de seis rebocadores. As embarcações com comprimento até 366m já foram homologadas pela autoridade marítima para atracar no Porto de Santos. De acordo com a Praticagem de São Paulo, o maior navio recebido até então tem 339,60m de comprimento.
"Já recebemos antes os de 340 metros e estamos preparados para a chegada desses novos navios, inclusive o de 366 metros", destacou o presidente da Praticagem de São Paulo, Bruno Tavares. Ele explicou que , no caso dessas embarcações maiores, dois práticos são escalados para a manobra, são utilizados dois rebocadores adicionais, além de todos os procedimentos que foram estabelecidos pela autoridade marítima para esse tipo de navio.
O trabalho dos práticos foi monitorado no Centro de Coordenação, Comunicações e Operações de Tráfego (C3OT) instalado na sede da praticagem local, com sistema de monitoramento de tráfego por AIS; equipamentos de sensoriamento remoto de correntes, de ventos, altura das marés, altura e período das ondas, visibilímetros e Redraft, sistema para determinar o calado dinâmico.
Site: Portos e Navios – 25/10/2022