2022-06-30
Ministro da Infraestrutura assina contrato de adesão do Porto Guará

Na quarta-feira, 30 de junho, o Ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, assinou seis contratos de Terminais de Uso Privado (TUP) no país. Entre eles está o Porto Guará, empreendimento que deverá ser construído em Paranaguá.

A Folha do Litoral entrevistou com exclusividade a diretora da Companhia Porto Guará, Xênia Arnt, para entender um pouco mais sobre o que essa medida representa para o estado e para a nossa cidade de Paranaguá.

Folha do Litoral: O que muda com a assinatura do Contrato de Adesão?

Xênia Arnt: A celebração do contrato de adesão é a formalização institucional que autoriza o Porto Guará a realizar operações portuárias na Baía de Paranaguá. Trata-se do Contrato de Concessão onde o Ministério da Infraestrutura e a ANTAQ (interveniente), e do primeiro passo para a implantação de uma grande plataforma logística no Estado do Paraná, que irá atender importadores e exportadores de toda a hinterlândia de Paranaguá. Este documento é fundamental para o projeto e demonstra o entendimento do Governo Federal, Estadual e Municipal de potencializar a gestão portuária no Brasil.

Folha do Litoral: Quais os objetivos do projeto Portuário do Porto Guará?

Xênia Arnt: Os principais objetivos do Porto Guará é aumentar a oferta de serviços portuários na região e promover a concorrência no sentido de melhorar o nível de serviços e reduzir preços. Com este novo ganho de capacidade será possível reduzir o tempo de espera para atracações de navios, reduzir o tempo das operações e custos logísticos, e principalmente, reduzir os impactos da atividade portuária na Zona Urbana de Paranaguá.

O Porto Guará foi pensado para funcionar como terminal complementar ao Porto de Paranaguá, fora da zona urbana do município, permitindo o crescimento contínuo do corredor do agronegócio paranaense e resgatando cargas desviadas do nosso estado para os portos vizinhos.

Folha do Litoral: Quais as vantagens que o Porto Guará trará para o Brasil?

Xênia Arnt: O Porto Guará está voltado ao atendimento da logística do agronegócio focando principalmente os mercados asiáticos que já anunciaram a necessidade de importar 30% mais grãos até 2030.

Para atender este volume não basta fazer reformas ou repotenciamento. Precisamos elevar os níveis dos serviços portuários e prover capacidade operacional em grande escala. Se não observarmos esta oportunidade todas as cargas serão redirecionadas para Santos e Santa Catarina, impondo maiores custos logísticos para os produtores paranaenses.

O Brasil há mais de 10 anos vem fomentando os investimentos em novos Portos na região norte do país. Tirando o terminal da Ponta da Praia que está em fase final de construção no Porto de Santos, na região sul, ninguém está se preparando para o tsunami de cargas com destino à Ásia.

Nós continuamos acreditando que a logística via Paranaguá é imbatível. Acreditamos nisso e pretendemos resgatar as cargas de Paranaguá que todos os dias são desviadas para outros portos.

Projetamos um porto com foco na segurança alimentar mundial. Esta é a vocação do Brasil e criamos um projeto voltado a fazer a ponte entre o Brasil e o Mundo. Querermos consolidar a cidade de Paranaguá como a maior plataforma de suprimento de alimentos do Mundo.

Folha do Litoral: O que você acredita ser o diferencial do Porto Guará?

Xênia Arnt: O novo complexo portuário deverá ser implantado na região do Embocuí, que no Plano Diretor do Município de Paranaguá, é o distrito industrial do município e Zona de Desenvolvimento Econômico e Zona de Interesse Portuário.

O projeto prevê operações multicargas de granéis sólidos e líquidos, que ocorrerão em fases, na medida em que o Porto de Paranaguá atinja o limite da sua capacidade operacional.

Este complexo portuário foi planejado para solucionar os principais conflitos rodoferroviários nas cidades portuárias. Pensando nisso, foi projetado como complexo logístico rodoferroviário integrado a um complexo portuário.

Além da facilidade das conexões rodoferroviárias, o Porto Guará nasce com uma capacidade de recepção de cargas superior a 25 milhões de toneladas no modal ferroviário, triplicando a atual capacidade de recepção de Paranaguá.

Serão disponibilizados mais de 21 quilômetros de vias permanentes (trilhos) formando a maior pera ferroviária dos portos brasileiros. Os vagões serão descarregados diretamente, sem necessidade de manobras e desmembramento da composição.

Esta situação vai possibilitar à atual concessionária ferroviária e à Nova Ferroeste condição de quadruplicar os atuais volumes de transporte, oferecendo aos clientes a opção entre o transporte por rodovia e ferrovia.

Folha do Litoral: Quais as próximas etapas do processo?

Xênia Arnt: O Início das obras ainda depende de Licença Ambiental que se encontra em fase de licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (IBAMA).

Não existe uma data para a conclusão dos estudos e obtenções de licenças. Existe uma previsão de atendimento dos cronogramas relacionados aos procedimentos de licenciamento.

Neste momento estamos focados em atender todas as premissas e exigências ambientais locais e regionais. Nossa missão é construir um empreendimento composto das melhores técnicas de controle e respeito ao meio ambiente, as pessoas que vivem no entorno e que trabalham no porto, no local certo, com acessos simplificados e adequados às atividades portuárias, e principalmente integrando as indústrias e as empresas logísticas do Distrito Industrial de Paranaguá.

Isso sem dúvida terá efeitos positivos diretos para a população de Paranaguá, pois vamos atender as necessidades de exportação e importação, reduzindo os atuais conflitos urbanos da cidade de Paranaguá, melhorando a qualidade das operações e principalmente a qualidade de vida da população, com mais oportunidades de emprego e renda.

Folha do Litoral - 30/06/2022


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