Exportações brasileiras batem recorde em outubro, apesar do tarifaço dos EUA
Vendas externas sobem 9,1% no mês, mesmo com queda de 37,9% para o mercado norte-americano; avanço é puxado por Ásia e Europa
Já se passaram 3 meses após a imposição do tarifaço do governo do presidente Donald Trump ao Brasil, e as vendas daqui para o exterior cresceram 9,1% em outubro, frente ao mesmo período do ano passado, além de terem batido recorde para o mês desde o início da série histórica, em 1989. O crescimento ocorreu mesmo com a forte queda de 37,9% nas vendas para os Estados Unidos.
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O levantamento mostrou que as exportações ultrapassaram US$ 30 bilhões no mês passado, e as importações atingiram US$ 25 bilhões. O superávit comercial foi de cerca de US$ 7 bilhões.
Segundo Angelino Caputo, presidente-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), o Brasil conseguiu contornar a possível crise que amargaria após as sanções impostas a produtos nacionais pelos norte-americanos buscando novos mercados em outros continentes.
“A gente viu que as exportações para os Estados Unidos caíram bastante, e como é que a gente conseguiu bater o recorde? Fomos buscar novos mercados, Ásia e Europa, principalmente, mostrando a capacidade do brasileiro de reagir nessas situações de desconforto comercial. Historicamente a gente sabe que o Brasil participa com em torno de 2% do comércio mundial, que é muito pouco para uma economia que está entre a oitava, nona maior do mundo. Então, imagina um resultado desse se tivéssemos mantido as exportações para os Estados Unidos”, analisou Caputo.
A retração nas exportações para os Estados Unidos causou a queda de 24% nas vendas para a América do Norte, única região com redução nas exportações no mês de outubro. A diminuição teve mais impacto nos embarques de petróleo, quase 83%, o equivalente à perda de US$ 500 milhões. Houve recuo nas vendas de celulose, óleos combustíveis, e aeronaves e partes.
Ásia
Por outro lado, as vendas para outras regiões aumentaram, especialmente para a Ásia, que teve alta de mais de 20%, impulsionada pelas exportações para a Índia, China, Cingapura e Filipinas. Entre os produtos, houve aumentos nas exportações de soja, óleos brutos de petróleo, minério de ferro e carne bovina. Já na Europa, as vendas cresceram quase 8%, com forte avanço de minérios de cobre, carne bovina e celulose. Para Angelino Caputo, para aumentar a participação brasileira no comércio mundial, são necessários mais investimentos em infraestrutura.
“Nós temos que dar um choque de infraestrutura, fortalecer os nossos portos, aeroportos, e também todo o acesso à malha de acesso a esses pontos de exportação, ferrovias, principalmente, hidrovias, que estão começando agora, fortalecer ainda as nossa rodovias, porque o Brasil tem o direito de ter uma participação bem maior no nosso comércio mundial”, disse o presidente-executivo da ABTRA.
Os resultados apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior do MDIC mostraram que o Brasil bateu recorde de exportação, importação e corrente de comércio no acumulado de 2025.
Site Benews – 10/11/2025
