2025-11-07
Especialistas defendem atuação global do Brasil na economia do hidrogênio

Painel do Summit Agenda SP + Verde, realizado na capital paulista, mostra que país precisa de políticas integradas para aproveitar o potencial renovável

No segundo dia do Summit Agenda SP + Verde, realizado no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, o painel “Hidrogênio de Baixo Carbono e Cooperação Internacional” foi um dos principais momentos. As discussões focaram em como as empresas podem avançar na descarbonização.

Além de buscar alternativas para enfrentar os desafios já existentes, o debate abordou formas para o Brasil estruturar uma estratégia integrada para o hidrogênio de emissões reduzidas, aproveitando seu potencial energético renovável e suas parcerias com países e organizações multilaterais. 

Embora o potencial de mercado ainda não tenha números definitivos, Rosana Teixeira, diretora executiva do Instituto E+ Transição Energética, afirmou que o mais importante é avaliar a capacidade do Brasil de atender essa demanda. “Temos uma tendência de focar no mercado doméstico, mas isso não será suficiente para sustentar a economia do hidrogênio. Para atuar internacionalmente, é essencial oferecer produtos diferenciados”, afirmou.

Rosana destacou também que a transição energética não é apenas um fim, mas uma jornada que exige ações concretas para curto, médio e longo prazo. “Precisamos de uma transição justa, que seja o pilar de toda essa mudança”, concluiu.

Com mais décadas de experiência na produção e uso de hidrogênio, Guilherme Ricci, diretor de negócios da White Martins, explicou que a empresa utiliza a reforma de gases de seus clientes e investe na utilização de biometano para reduzir o impacto ambiental, inclusive com certificações nesse processo. “A captura do CO2 e sua destinação, seja por formação geológica ou fixação química, também fazem parte das possibilidades que estamos explorando”, destacou.

Giovani Machado, fundador da Episteme, trouxe insights sobre a dimensão internacional da transição energética. “O mercado global de hidrogênio é enorme, avaliado em US$ 100 bilhões, com previsão de chegar a US$ 1 trilhão até 2050, considerando toda a cadeia de valor e ecossistema. Para que essa transição seja bem-sucedida, é fundamental uma política de cooperação internacional ampla, promovendo união mundial para superar os desafios”, afirmou.

Luiz Novais, diretor da UTIS, destacou o compromisso da companhia na descarbonização de processos por meio de tecnologias patenteadas. “Nosso objetivo é contribuir para um mundo mais verde, reduzindo nossa pegada de carbono e atingindo o net zero”, afirmou.

Sobre o evento

O Summit Agenda SP + Verde é um evento internacional pré-COP promovido pelo Governo de São Paulo, Prefeitura de São Paulo e USP. O encontro reúne especialistas, lideranças e representantes da sociedade para debater desenvolvimento sustentável e economia verde. A estrutura montada no Parque Villa-Lobos conta com cinco palcos, rodada de negócios, área de inovação, Casa da Circularidade, espaço gastronômico e atrações culturais.

Os debates estão organizados em quatro eixos temáticos: Finanças Verdes, Resiliência e o Futuro das Cidades, Justiça Climática e Sociobiodiversidade e Transição Energética e Descarbonização. Uma trilha de economia circular também conecta todos os palcos e se estende à Casa da Economia Circular, com vivências e workshops sob curadoria do Movimento Circular. 

Na área de inovação, universidades e institutos tecnológicos discutem o papel da pesquisa e da tecnologia na transformação climática de São Paulo. No palco principal, a economia verde é o centro das discussões, com presença de lideranças políticas e convidados nacionais e internacionais.

Site Benews – 07/11/2025


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