Operação break bulk em Itapoá movimenta mais de 2 mil toneladas/ano
Vinte de maio de 2022 foi um dia novamente especial para os profissionais do Porto Itapoá (SC), que realizaram mais uma operação break bulk durante o recebimento de seis cargas de aproximadamente 45 toneladas cada, para um carregamento direto no navio BBC Direction, do armador BBC Chartering e com destino ao Porto de Hammerfest, no norte da Noruega.
Toda a execução exigiu muito cuidado, considerando que as cargas faziam parte de um equipamento submarino, formado por um conjunto de válvulas para controle do fluxo do poço de petróleo, instalado no fundo do mar. Essas peças se conectam às plataformas de petróleo, que estão na superfície e são responsáveis pelo escoamento da produção.
Em razão dos riscos, foi feito um embarque direto no navio. A operação da carga de projeto foi concluída sem incidentes e com segurança a todos os envolvidos, no menor tempo possível, segundo informou o Porto Itapoá, na época.
O presidente do terminal portuário, Cássio Schreiner relatou que as operações break bulk começaram em 2015 e, desde então, foram movimentadas entre 2 mil e 2,5 mil toneladas por ano, nessa modalidade. “Em 2020, definimos nossa estratégia para sermos um terminal ‘multipurpose’ (ou multiuso). Desde então, temos evoluído para fazer todo tipo de operações”, contou o executivo, à Portos e Navios.
Planejamento estratégico
Schreiner relatou que a técnica usada no carregamento de maio se diferencia das demais, especialmente porque demanda equipamentos e materiais sensíveis. “A operação break bulk exige muito mais cuidado, mão de obra qualificada e treinada, material específico para esse tipo de trabalho, certificações e treinamentos em Safety e, sobretudo, um planejamento prévio”, enumerou.
Como é mais delicada, também exige formas de manuseio e içamento (lifting). “Por isso, fazemos um estudo para analisar cada caso e definirmos, de maneira inteligente, como cada peça vai ser operada via Rigging Plan. Ainda realizamos um briefing de segurança para a equipe envolvida em todas as operações, com detalhamento do fluxo que deve ser seguido”, detalhou o executivo.
Segundo o presidente do Porto Itapoá, faz parte das estratégias da administração do terminal dar sequência a esse tipo de carregamento, até porque há uma regularidade mensal dessa atividade. “Temos uma operação prevista para dia 25 de junho (peças de descarga de navio), entre outras cotações em andamento, ainda para o mesmo mês. Ee devemos ter mais confirmações em breve”.
Investimentos
Conforme Schreiner, alguns portos brasileiros até seriam capazes de realizar a operação break bulk, mas poucos se enquadram como multipurpose, assim como o Itapoá, ou seja, poucos executam esse tipo de operação, ao mesmo tempo que precisam manter o core business das operações regulares (movimentação de contêineres). “Para isso, contamos com uma equipe dedicada para esse propósito, disponibilidade de berço e planejamento específico”.
Por conta de sua complexidade, que exigiu adaptações da estrutura já existente, as operações break bulk são estrategicamente cruciais para o Porto Itapoá. “Trata-se de um tipo de operação muito importante, uma vez que, além de produzir receita, atrai diversos negócios indiretos. Existem casos de clientes que, ao trazerem suas cargas break bulk, acabaram também trabalhando suas cargas conteinerizadas com nosso porto”.
Mesmo já existindo a superestrutura para essa operação, Schreiner contou, à Portos e Navios, que foram necessários investimentos adicionais e acessórios de mais de R$ 1 milhão, a partir de 2020. “Esse valor compreende a aquisição de equipamentos, treinamento da nossa equipe, certificações de capacidade técnica, materiais e novas contratações”.
Site Portos e Navios – 22/06/2022
