2022-06-15
Parceria UFPE-Porto de Recife visa reduzir impactos dos navios no ponto de atracação

Conduzido pela Universidade Federal de Pernambuco, projeto 'Código Computacional para Cálculo das Forças Atuantes na Amarração de Navios e Defensas Portuárias' vai resultar em um software que possa atender às necessidades dos portos

Aprimorar a operação de atracação de navios e a formação de recursos humanos no setor de tecnologia portuária aproximou os gestores do Porto de Recife (PE) dos alunos do curso de Engenharia Naval da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O intuito é prosseguir com o Projeto de Extensão Tecnológica (PET) 'Código Computacional para Cálculo das Forças Atuantes na Amarração de Navios e Defensas Portuárias', conduzido pela instituição de ensino superior.

Após a realização da primeira fase desse trabalho, os universitários vão continuar com a elaboração de um código computacional para cálculo dos esforços nas linhas de amarração dos navios, cabeços e defensas do terminal portuário.

As defensas são importantes elementos de segurança para instalações portuárias e embarcações marítimas, visando amortecer o impacto decorrente do encontro entre um navio ou barco com a estrutura de atracação. Já os cabeços são estruturas utilizadas como ponto de ancoragem para fixar as amarrações das embarcações, evitando a instabilidade ocasionada pelo movimento da água.

De acordo com o diretor comercial de operações do Porto de Recife, José Divard de Oliveira, o intuito é conhecer as condições necessárias para que o navio atraque, sem danificar as defensas. “Estamos realizando um estudo dos esforços sofridos pelas defensas, causados por navios, que possam estar vinculados à força do vento, do rebocador, da tração nos cabos etc”, explicou o gestor.

A intenção é verificar quais esforços as defensas vão precisar suportar, durante as manobras dos navios, no ponto de atracação. “No final, esperamos obter um modelo matemático que realize esse cálculo, a partir das especificações dos navios – calado, comprimento, boca, capacidade de carga, entre outras, podendo resultar na criação de um software, que atenda às necessidades dos portos”, relatou Oliveira.

Visita técnica

Para estreitar mais os laços entre o Porto do Recife e a UFPE, os alunos da segunda turma do projeto de extensão, que ainda está na primeira fase, fizeram uma visita técnica à faixa de cais do ancoradouro. A atividade foi realizada no dia 8 de junho, quando o navio cargueiro TBC Prestige, que descarregou 5.000 toneladas de fertilizantes no ancoradouro, desatracou do berço 3 do terminal portuário.

“A primeira turma do projeto de extensão já desenvolveu o código computacional para calcular os esforços atuantes nas defensas. E, no fim deste mês, eles devem apresentar o que foi elaborado para que a segunda turma prossiga com o projeto. A ideia é que a gente realmente use o código como ferramenta para auxiliar nas operações”, explicou Nabila Harmes, coordenadora de gestão ambiental, segurança e saúde no trabalho do Porto de Recife, na visita técnica. Embora o código já esteja pronto, ainda são necessários alguns ajustes, visando à otimização da interface dos usuários, para que seu manuseio seja mais prático.

Segundo o diretor comercial de operações do terminal, “a parceria com a UFPE busca fornecer, aos estudantes, um ambiente de observação prática dentro da sua especialidade, além de suprir o porto com análises sobre questões diversas e importantes para as atividades portuárias, provendo o porto com tecnologia e estudos que possam garantir uma navegação e uma atracação seguras”.

Para atrair o interesse para a atuação direta nos portos, ele comentou que as instituições de ensino superior já cumprem esse papel. “O porto não atrai diretamente os universitários, ele busca a parceria com as universidades e apresenta alguns problemas. A universidade, por sua vez, transforma esse problema em possibilidades de pesquisas e trabalhos científicos, introduzindo os alunos nesse universo”, disse Oliveira.

Site Portos e Navios – 15/06/2022


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