Safra de grãos no Brasil deve alcançar novo recorde
Produção agrícola no ciclo 2021/2022 pode chegar a 271,3 milhões de toneladas, conforme levantamento da Conab. Milho tende a ser protagonista das exportações, com 37 milhões de toneladas saindo pelos portos brasileiros.
A safra de grãos do Brasil deve bater um novo recorde na temporada 2021/2022, com uma produção em campo estimada em 271,3 milhões de toneladas, podendo resultar em um incremento de 6,2% na comparação com igual período anterior (2020/2021). Algumas regiões produtoras ainda vão começar suas colheitas, a exemplo do algodão no Estado de Mato Grosso (a partir de junho) e Goiás (julho). No caso do arroz e da soja, por exemplo, essa fase está praticamente finalizada.
A perspectiva de novo recorde da safra de grãos consta no 9º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (8) pela estatal. Os dados concretizados devem ser anunciados somente depois de julho, mês que marca o início do novo ciclo agrícola de 2022/2023.
O presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse em comunicado que “a estimativa inicial da Companhia era de uma safra ainda maior quando, no primeiro levantamento, era esperada uma produção de 288,6 milhões de toneladas”.
As projeções podem ser menores ou até maiores, levando em conta o fato de que outras culturas agrícolas ainda estão em desenvolvimento, como o milho segunda safra – mais conhecido como “safrinha” – no Centro-Oeste e Sudeste, que é plantado de janeiro a março e colhido entre maio e setembro.
“Ainda precisamos acompanhar o desenvolvimento das lavouras (de milho), principalmente nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul. Nesses locais, a cultura se encontra em estágios de desenvolvimento em que o clima exerce grande influência no resultado final. Considerando a segunda safra, cerca de 25,5% do milho do país ainda está sob influência do clima”, explicou Sergio De Zen, diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, em publicação no site da estatal.
Vendas externas
Entre diversas commodities agrícolas, duas são cruciais para as vendas externas do país: milho e soja. Em decorrência da demanda aquecida pelo milho brasileiro no mercado internacional, a Conab estima que 37 milhões de toneladas sairão daqui via portos, podendo resultar em uma elevação de 77,8% das exportações desse grão, em 2022, mesmo que os ajustes de seus estoques ainda prossigam até fevereiro do próximo ano.
Do lado da demanda pela soja, as margens de esmagamentos da oleaginosa estão bem atrativas e os preços externos do óleo e farelo de soja estão em alta, o que deve favorecer as exportações desses dois subprodutos. Em razão disso, as exportações de óleo de soja da safra atual, que estavam estimadas em 1,7 milhão de toneladas, passaram para 1,8 milhão de toneladas. Já as exportações de farelo passam a ser de 18,68 milhões de toneladas.
Balança comercial
No último levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em 19 de maio passado, o resultado da balança comercial do agronegócio – que inclui o setor de grãos – foi expressivo no acumulado de 2022 (de janeiro a abril), com superávit de US$ 43,7 bilhões. As exportações do agro tiveram alta de 34,9% e as importações se mantiveram estáveis (1,3%), na comparação com igual período de 2021.
Com esse desempenho, o agro foi um dos segmentos da economia nacional que mais colaboraram para o incremento de 24,1% no total das exportações brasileiras, nos quatro primeiros meses do ano. O saldo da balança comercial total – que é a soma das exportações e importações de todos os setores econômicos do país – apresentou alta de 11,8% com um superávit de US$ 20,2 bilhões, diante dos US$ 18,1 bilhões de janeiro a abril de 2021.
*Com informações da Conab e Ipea
Site Portos e Navios – 09/06/2022
