‘Não é possível concluir se existe movimento concentrador estruturado’, diz Povia
Diretor de gestão da CDRJ observa convivência entre terminais molhados e de retroárea cada vez mais consolidada e restrita a disputas comerciais.
O diretor de gestão da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ), Mário Povia, avalia que não é possível concluir que existe um movimento concentrador estruturado no segmento de contêineres. Povia observa a convivência entre terminais molhados e de retroárea cada vez mais consolidada e restrita à concorrência. Para o ex-diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), existem questões pontuais por conta de brigas do mercado, na busca por armazenagem e cobranças do serviço de segregação de contêineres (SSE).
"Vejo isso como boa articulação porque ambos brigam pelo mesmo mercado de armazenagem, mas a questão logística está muito distante da rubrica armazenagem em área primária ou secundária. Os terminais estão cada vez mais dando valor agregado à logística e trabalham com soluções logísticas”, disse Povia, na última quarta-feira (18), durante reunião virtual do Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus).
Povia vê amadurecimento na articulação entre portos secos e portos molhados e a Antaq trabalhando na questão regulatória envolvendo a cobrança do SSE. Segundo o diretor da CDRJ, as empresas se verticalizam para zona primária ou secundária, cada vez mais preocupadas em oferecer soluções logísticas do que meramente armazenagem. Na visão do ex-diretor geral da ANTAQ, o resultado é geração de valor agregado e produtividade.
A tendência, segundo Povia, é de redução dos tempos de estadia em áreas primárias. Ele lembrou que já existem discussões sobre desembaraço em águas e uso de tecnologia. O diretor da CDRJ citou o avanço nos canais de liberação de cargas da Receita Federal, que precisa ser acompanhado por outros órgãos anuentes, como Vigiagro e Anvisa. Ele avaliou que esse processo nesses órgãos também já está em curso.
"O tempo de estadia de carga será sensivelmente reduzido nos próximos anos como já está ocorrendo nos anos pretéritos. Não por acaso, existe briga por cargas porque os terminais desenvolvem mais capacidade por conta da eficiência”, comentou Povia.
Site: Portos e Navios – 23/05/2022
