2022-05-11
Transformação digital deve atingir cada vez mais vigilância patrimonial nos portos

Leilões e novas concessões no setor de infraestrutura podem direcionar investimentos a melhorias e integração de sistemas de vigilância que não oferecem o nível de automação necessário para proteção e monitoramento de instalações críticas.

A multinacional sueca Hexagon espera ampliar o portfólio de soluções de segurança no setor de infraestrutura, incluindo o segmento portuário. A avaliação é que a transformação digital da área de infraestrutura deve ser realidade nos próximos anos visto que ainda é comum o uso de sistemas de vigilância patrimonial que não oferecem o nível de automação necessário para proteção e monitoramento de estruturas críticas. A empresa acompanha os leilões e novos marcos regulatórios, além de observar o andamento dos investimentos bilionários previstos para os setores de transportes, logística e saneamento até 2026. A leitura é que as concessões e parcerias públicos-privadas (PPPs) no Brasil devem alavancar os investimentos em tecnologia para a automação e segurança de infraestruturas críticas.

A Hexagon, que atua na área de sensores, softwares e soluções autônomas, já atende outros segmentos, como saneamento, com a gestão de estações elevatórias e de tratamento de água da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), e de mineração, com auxílio à gestão das equipes de campo da Vale em resposta a eventos diversos. Entre as principais apostas da empresa, no momento, estão os setores de portos e aeroportos.

“No Brasil, buscamos esse primeiro porto que seja um exemplo e que possamos replicar o projeto para os demais. Temos conversado com alguns portos, a maioria públicos ou de capital misto. Vemos como promissoras e esperamos emplacar esse ano um projeto em um porto brasileiro”, contou à Portos e Navios o gerente de vendas especialista em infraestruturas críticas da Hexagon, Marcus Assis.

Ele observa que a carência de automação e conscientização situacional aumenta limitações e ineficiências que podem custar caro em situações de crise. O cenário geral, segundo o gerente, é de portos com instalações antigas, com pouca infraestrutura na parte de segurança e movimentos para a modernização em atendimento ao código internacional de proteção portuária (ISPS Code). Assis explicou que infraestruturas críticas enfrentam desafios de segurança constantes e demandam medidas especiais de proteção, já que a interrupção de suas operações pode provocar sérios impactos em setores essenciais com consequências graves ou até mesmo irreparáveis.

Recentemente, a empresa lançou uma plataforma integrada de consciência situacional para aumentar a segurança física de infraestruturas críticas. A ferramenta auxilia centrais de segurança de organizações de infraestruturas críticas a visualizar e gerenciar a infraestrutura de segurança como câmeras, alarmes, sensores, dispositivos IoT (Internet das Coisas) e demais equipamentos eletrônicos a partir de um único sistema integrado.

A empresa enxerga um cenário favorável para a transformação digital dessas organizações e para a melhoria dos serviços. O objetivo é poder integrar todos os ativos em uma plataforma unificada aderente ao conceito de Porto 4.0, de forma a poder controlar câmeras, acessos, alarmes de incêndios e ajudar na gestão da guarda portuária, em vez de ter vários sistemas que não se conversam, facilitando a prevenção e gestão de crises que ocorram na operação portuária.

Assis considera que o nível de integração depende de até onde o porto deseja evoluir em relação à troca de dados com outros sistemas de forma ágil. Ele observa oportunidades que podem surgir a partir dos compromissos contratuais de investimentos nas novas concessões do setor portuário. "Estamos vendo com bons olhos esse movimento de aportes de movimentação em cima dos portos. Alguns portos não privatizados hoje são bem organizados, rentáveis e possuem gestão adequada de logística, mas outros não", comparou.

O gerente da Hexagon para a América Latina, Fábio Guerra, ressaltou a necessidade de se buscar investimentos em segurança baseados na maturidade adotada a nível mundial. Na visão da empresa, o cenário, muitas vezes, acaba sendo mais reativo, após alguma demanda genérica associada ao órgão regulador e que o porto precisa se adequar a partir de uma nova norma, por exemplo. “A proposta é de uma visão centralizada em um sistema inteligente, com poucas telas reduzindo a intervenção humana, com tecnologias mais modernas de inteligência artificial e dando condição para o porto fazer a gestão sustentável da segurança”, destacou.

Site: Portos e Navios – 11/05/2022


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