2022-04-28
Vias férreas do Porto do Rio passarão por melhorias este ano

Remodelação da linha no trecho entre o portão do Arará e os dois terminais de contêineres, beneficia operações da Multiterminais e da ICTSI. Previsão da CDRJ é que obras sejam executadas dentro de oito meses.

A Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) contratou a construtora Coefer para obras de remodelação da linha férrea no trecho compreendido entre o portão do Arará e os dois terminais de contêineres do Porto do Rio de Janeiro. A autoridade portuária e a construtora assinaram o termo no último dia 19 de abril. De acordo com a CDRJ, o início das obras no acesso ferroviário está previsto para junho de 2022 e a conclusão em fevereiro de 2023. A previsão é de R$ 4 milhões em investimentos em melhorias.

A autoridade portuária considera que as principais carências são acessos antigos com materiais desgastados. O diretor-presidente da CDRJ, Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira, explicou que a finalidade das obras no acesso ferroviário é a melhoria das vias internas do porto nesse trecho, beneficiando as operações da Multiterminais e da ICTSI-Rio.

Laranjeira acrescentou que o portão 32, inaugurado recentemente, já se tornou o principal acesso rodoviário ao porto, recebendo 53% do total de veículos, especialmente aqueles destinados aos terminais de contêineres. “Outra importante obra está sendo realizada na Avenida Alternativa, cujo objetivo é melhorar substancialmente as vias do bairro do Caju, facilitando o acesso ao portão do Caju”, contou.

VTMIS

Laranjeira disse que a autoridade portuária, por meio de convênio firmado com a Marinha, mantém esforços para a implantação de um sistema de gerenciamento e informação do tráfego de embarcações (VTMIS, na sigla em inglês) nos portos do Rio de Janeiro e de Itaguaí. Ele destacou que o sistema trará melhorias de eficiência e segurança nos acessos portuários, além de reduzir risco de acidentes ambientais.

A primeira fase dos projetos de VTMIS prevê a implantação de Local Port Services (LPS) nos portos do Rio de Janeiro/Niterói e Itaguaí. Segundo Laranjeira, trata-se do primeiro nível dos sistemas de monitoramento de tráfego aquaviário previsto na Norma da Autoridade Marítima (Normam) 26 (4ª revisão), da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). Ele relatou que foram instaladas câmeras ópticas e térmicas em diversos locais estratégicos para visualização dos canais de acesso, bacias de manobra e áreas marítimas dos terminais arrendados e de fundeio na Baía da Guanabara, as quais já estão em operação.

O LPS também contemplará a implantação de um subsistema de monitoramento ambiental (SMA) até o final de 2022, com a instalação de estações meteorológicas, boias meteoceanográficas, marégrafos, além de radares e estações base do sistema de identificação automática de embarcações (AIS). Laranjeira destacou que esses equipamentos e sistemas irão melhorar o controle e a segurança do tráfego aquaviário na Baía da Guanabara.

Dragagem

A CDRJ informou ainda que estão em fase de elaboração os termos de referência para a dragagem do canal principal com bacia de evolução e berços dos terminais de contêineres e para a dragagem do canal comercial com bacia de evolução e berços do terminal de passageiros da Gamboa.

A autoridade portuária ressaltou que, desde abril 2020, são realizadas manobras experimentais noturnas com porta-contêineres pelo Canal de Cotunduba, mais importante acesso ao porto organizado do Rio de Janeiro, em função de sua maior profundidade em relação ao Canal Norte-Sul — também chamado de Canal de Santa Cruz ou Barra Grande. Com objetivo de incrementar o calado operacional máximo dos navios que navegam na Baía da Guanabara foram instaladas três bóias articuladas nesse canal dotadas de AIS AtoN (auxílios à navegação).

A navegação noturna mais eficiente e segura de navios de grande porte, com destino ao Porto do Rio de Janeiro, viabilizou um incremento de janelas das operações de embarque e desembarque, carga e descarga, o que gerou um maior dinamismo e rentabilidade para os terminais conteineiros. Estão previstas para 2022 a 2024 a substituição de quase a totalidade das boias de sinalização do Porto Organizado por boias articuladas dotadas de AIS AtoN. O trabalho vem sendo desenvolvido em conjunto com a Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, Praticagem-RJ e os arrendatários (Multi-Rio, ICTSI-Rio e Triunfo).

Também está em curso a implantação de software para cálculo da folga abaixo da quilha FAQ (“pé de piloto”) em tempo real (“calado dinâmico”). Laranjeira adiantou que o processo está em vias de ser homologado pela Marinha e que renderá ‘consideráveis ganhos financeiros’ aos portos do Rio de Janeiro e de Itaguaí, uma vez que o incremento do calado operacional máximo dos navios resultará no aumento das janelas de operação e na redução do volume de dragagem. A CDRJ escolheu o software ReDraft, da empresa Argonáutica, para o cálculo da folga dinâmica abaixo da quilha. Laranjeira ressaltou que o uso de um sistema de calado dinâmico minimiza o risco de encalhe, reduzindo a sobre-estadia e a demurrage, assim como os custos com dragagem.

Site: Portos e Navios – 28/04/2022


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