Porto Sudeste espera iniciar operações ship-to-ship ainda no 1º semestre
TUP, que está autorizado a movimentar granéis sólidos e líquidos, negocia com potenciais clientes. Empresa observa demanda por alternativas logísticas para escoamento da produção, por longo curso e por cabotagem.
A administração do Porto Sudeste (RJ) espera iniciar operações ship-to-ship ainda no primeiro semestre de 2022. A nova operação consiste na transferência de granéis líquidos entre navios atracados à contrabordo um do outro de forma a garantir maior eficiência ao transporte do petróleo que é explorado em alto mar. O terminal de uso privado (TUP), que está autorizado a movimentar cargas em granel sólido e líquido, está em fase de negociações com potenciais clientes. A expectativa da empresa é que essa modalidade seja uma forma de preparação para o futuro e diversificação das operações.
O entendimento do Porto Sudeste é que a operação de transbordo vem crescendo no Brasil, em especial na modalidade atracada, que agrega segurança, melhor controle ambiental e previsibilidade. Para a empresa, o aumento da produção de petróleo no país, em especial na produção do pré-sal, demanda alternativas logísticas para o escoamento da produção, seja para exportação, seja para cabotagem.
A administração do Porto Sudeste vê o momento atual como de boas oportunidades. O aumento da produção nacional dessa commodity (petróleo) vai demandar fortemente de infraestrutura portuária com elevados padrões de segurança e qualidade de processos. A expectativa, segundo a empresa, é que as condições estabelecidas para ship-to-ship no terminal propiciem redução significativa nos custos logísticos existentes, gerando ganho ao mercado como um todo.
“A previsão é que as atividades sejam iniciadas neste primeiro semestre, a depender das negociações já em curso com potenciais clientes”, informou o porto, controlado pelo fundo soberano Mubadala (50%) e pela trading Trafigura (50%). O Porto Sudeste afirmou, em nota, que obteve todas as licenças e autorizações necessárias para a operação de transbordo a contrabordo. A autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foi concedida em setembro do ano passado.
A administração do terminal destacou que a atividade será realizada em águas abrigadas, com condições meteoceanográficas favoráveis e rigorosos controles de segurança e ambientais. Segundo o terminal, os navios, após atracados, estarão totalmente cercados por barreiras de contenção, o que garante os melhores níveis de segurança à operação. A avaliação é que essa modalidade evita os longos deslocamentos dos navios aliviadores, promovendo a redução de custos operacionais.
O Porto Sudeste ressaltou que o início dessa nova atividade não representará aumento do volume já licenciado ao terminal, apenas na utilização de sua capacidade ociosa. A carga não passará, nem será armazenada no terminal, sendo operada diretamente entre os navios. “O Porto Sudeste receberá o mesmo número de navios já previstos nos estudos ambientais que deram origem a seu licenciamento. Além disso, os novos estudos ambientais que permitiram a realização dessa atividade garantem um aproveitamento seguro e responsável da capacidade que o terminal ainda possui”, informou a empresa.
A empresa acrescentou que o Porto Sudeste foi projetado para movimentar diversos tipos de produtos e que já estava previsto em seu plano de negócios diversificar as atividades, o que dispensa a necessidade de obras de infraestrutura. “Para realização desta operação, realizamos todos os estudos prévios e contamos com o apoio de consultorias especializadas na operação double banking, além de ter contratado pessoas com ampla experiência e qualificação no mercado”, salientou a administração do terminal.
Site: Portos e Navios – 25/04/2022
