Praticagem inaugura moderno centro de simulações em Brasília
Instalações, em parceria com TPN-USP, contam com simulador de passadiço que permite simular manobras de navios em todos os portos, além de avaliar segurança e eficiência de novos projetos e operações portuárias.
A Praticagem do Brasil inaugura, nesta terça-feira (14), o seu centro de simulações de manobras em Brasília (DF). O espaço possui uma moderna estrutura e conta com simulador de passadiço para manobras de navios. As instalações foram implantadas em parceria com o Tanque de Provas Numérico da Universidade de São Paulo (TPN-USP), referência internacional em simulações e que já desenvolve outros estudos junto à praticagem. O simulador de passadiço permitirá o exercício simulado de manobras de navios em todos os portos, além de avaliar a segurança e eficiência de novos projetos e operações portuárias.
O centro de treinamento e avaliação aquaviária está instalado a poucos minutos da Praça dos Três Poderes. O prático e presidente da Praticagem do Brasil, Ricardo Falcão, destacou que a localização favorece a vinda para treinamento de práticos de todo o Brasil, além do acompanhamento técnico de projetos pelas entidades reguladoras das atividades marítimas e portuárias, como a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), o Ministério da Infraestrutura e a Marinha do Brasil.
Falcão lembrou que na época da implantação dos novos terminais de Santana (AP) apenas seis práticos participaram das primeiras simulações. Ele destacou que o novo centro da praticagem dará a oportunidade de treinar antes num simulador e ajudará a criar rapidamente a cultura organizacional do grupo, disseminando e igualando conhecimento entre todos os profissionais. “Agora, com o terminal sendo construído, temos a chance de chamar outros práticos para fazerem exercícios e debate para todo mundo treinar e saber os limites”, disse Falcão à Portos e Navios.
O campo de visão do passadiço, de aproximadamente 290 graus, é formado por 14 telas de 65 polegadas, sendo três traseiras. O modelo matemático, o mesmo adotado no TPN-USP, reproduz fielmente a ação de ondas, ventos, correntes e marés, além de efeitos hidrodinâmicos que afetam a manobrabilidade das embarcações. “Adotamos a solução de telas verticais, em linha com os novos simuladores do mundo. Estamos no estado da arte em ambientação e realismo das manobras”, explicou o professor Eduardo Tannuri, do TPN-USP, responsável técnico pelo projeto.
As facilidades permitem simular com precisão qualquer tipo de manobra, além de situações específicas que não são possíveis no dia a dia, pelo risco envolvido. Também podem ser simuladas operações como aumento no porte de embarcações, novas rotas fluviais e implantação de terminais marítimos. De acordo com a Praticagem, todos esses estudos para validação de projetos contam com a participação de práticos, em função da sua expertise na condução e manobra de navios em áreas restritas e do conhecimento das características das águas em que atuam.
Falcão salientou que será possível simular com precisão todo tipo de operação de praticagem, em condições semelhantes às encontradas no dia-a-dia da atividade, além de realizar treinamentos específicos que não seriam possíveis na vida real, pelo risco envolvido. A partir de agora, toda a parte de procedimentos de emergência além do treinamento em recursos do passadiço, do curso de atualização para práticos, passará a ser realizada em Brasília.
A Praticagem avalia que, em um cenário de navios cada vez maiores e canais de acesso limitados, a tecnologia será fundamental para aumentar a eficiência do tráfego marítimo com segurança. Falcão ressaltou que a parte de avaliação continuará sendo feita pela equipe da USP. “Os práticos vão manobrar. Não vamos tomar o papel de discussões dos efeitos hidrodinâmicos”, esclareceu. O simulador ajuda na leitura mais clara das dimensões do navio, do ambiente imersivo, bem como informações sobre o porto e o canal de acesso.
Falcão lembrou que havia certa dificuldade de apresentar com mais detalhes o meio aquaviário para autoridades e membros do legislativo e que agora muitas discussões com Ministério Público, por exemplo, serão mais técnicas. “No futuro, enxergamos parcerias com os ministérios da Infraestrutura e da Economia, Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e demais autarquias que possam interagir. Teremos discussões técnicas de altíssimo nivel”, projetou.
Site: Portos e Navios – 16/12/2021
