Área STS08A supre necessidades para logística em Santos, avalia Petrobras
Empresa arrematou área para movimentação de combustíveis, porém optou por não apresentar proposta para STS-08, que não recebeu nenhuma oferta no leilão desta sexta-feira (19).
A gerente-executiva de desenvolvimento de negócios e logística da Petrobras, Andrea Damiani, afirmou que a empresa optou por não apresentar proposta para a área STS-08 porque a área STS-08A atende às necessidades da companhia para escoamento de seus produtos combustíveis no Porto de Santos (SP). A empresa arrematou a área STS-08A no leilão de arrendamentos portuários realizado nesta sexta-feira (19), com lance único de R$ 558 milhões de valor de outorga. A área STS-08, também destinada a granéis líquidos, não recebeu nenhuma proposta no certame. A Petrobras, por meio de sua subsidiária Transpetro, é a atual arrendatária do terminal de Santos.
"Não participamos do leilão da STS-08 porque os ativos da STS-08A atendem à nossa operação. Focamos direcionando nossos investimentos para uma área específica", justificou Andrea durante coletiva de imprensa sobre os resultados do leilão. Ela destacou que as quatro refinarias da Petrobras em São Paulo dependem dessa conexão logística no Porto de Santos para escoamento de derivados. “Sem essa infraestrutura, nossa produção no estado de São Paulo pode ficar comprometida. O ativo tem valor significativo para a Petrobras, provavelmente diferente do valor que outros players eventualmente enxergariam”, acrescentou Andrea.
Questionada sobre a Petrobras ter apresentado um valor robusto sendo a única interessada pela área no leilão, Andrea disse que a Petrobras foi preparada para uma competição e que não é possível saber antes quantas ofertas serão formuladas e quais os valores postos nos envelopes. O leilão selecionou as propostas pelo critério de maior valor de outorga, “Nos preparamos com nossa visão de negócio, com relevância e impacto que o ativo tem na visão da Petrobras. Nossa leitura é de que não pagamos valor excessivo, pagamos o valor adequado para garantia da operação da Petrobras. Um valor sustentável, que dá conforto jurídico por 25 anos”, frisou Andrea.
A gerente-executiva de desenvolvimento de negócios e logística da Petrobras acrescentou que o valor de outorga diluído ao longo desse período não é tão impactante, levando em conta que a empresa promoverá investimentos que lhe trarão retorno importante. Andrea disse ainda que os investimentos vão ajudar a diminuir o gargalo logístico em Santos e que o píer será bem aproveitado pela companhia.
O secretário nacional de portos e transportes aquaviários, Diogo Piloni, ressaltou que há um rígido processo de compliance na licitação desde a apresentação das propostas até a abertura dos envelopes. “É um momento em que temos certa restrição de fazer contatos diretos com potenciais interessados. A partir de agora, vamos entender o que afligiu os interessados para apresentação de propostas da STS-08”, disse
Piloni disse ainda que, em outros processos de concessão, o Ministério da Infraestrutura percebeu que durante a pandemia houve aumento de custos de insumos, como aço, concreto e asfalto. A avaliação é que possivelmente seja necessário estudar novamente o capex do projeto. Um dos motivos é que os terminais de granéis líquidos utilizam muito aço para as instalações de tancagem. A pasta também analisará a vocação do terminal para atendimento ao mercado de importação e a questão do acesso ferroviário. “Fizemos uma alteração na reta final da modelagem. Talvez tenhamos que trazer maior clareza quanto à questão do acesso ferroviário ao terminal”, comentou.
Ele lembrou que em outras ocasiões, como na área STS-20, o governo precisou remodelar e conversar com players antes de conseguir ter sucesso no leilão. “Ainda é precipitado tirar conclusões porque houve desinteresse de algumas empresas. Teremos diagnóstico em breve e vamos relançar STS-08 com certeza de que teremos sucesso", afirmou Piloni. O secretário contou que a modelagem das duas áreas em Santos considerou um plano de transição operacional que levava em conta o pior cenário na transição: se o atual operador não fosse vencedor de nenhuma das áreas.
Piloni explicou que o modelo de contratos de transição têm validade de seis meses e pode ser reeditado para cobertura de um período específico. Num processo que leve oito meses entre reavaliação e realização de leilão, por exemplo, há condição de celebrar um contrato de transição de seis meses e outro de seis meses mais flexível, condicionado à licitação do contrato. “A área como um todo hoje já é operada. Agora, ela opera sob regime de contrato de transição. Devemos avaliar essa alternativa como forma de manutenção das atividades na sequência do leilão e até que tenhamos um modelo alinhavado para que possamos relicitar", detalhou.
Andrea destacou que a Petrobras está se preparando para cumprir o cronograma estabelecido no edital, que prevê na área STS-08A a construção de um tanque e um píer com dois berços, além de outras melhorias. Ela contou que o prazo mais extenso é para a construção do píer — cinco anos contados a partir da assinatura do contrato. “Independente do resultado, precisávamos nos preparar. Cumprir os prazos do edital é fundamental para termos a otimização célere da nossa logística local”, disse a executiva.
Site: Portos e Navios – 22/11/2021
