Posidonia transporta 2 guindastes para TUP da Alumar
Empresa de navegação afirma ter tido, em setembro, seu melhor mês desde 2019. Com diversificação de cargas transportadas, expectativa é crescer 20% em 2021.
A Posidonia Shipping transportou dois mobile harbour cranes (MHCs) entre os terminais da Triunfo Logística, no Rio de Janeiro, e da Alumar, no Maranhão. Um dos guindastes pesava 386 toneladas e o outro 424 toneladas. Foram cerca de 30 dias entre o planejamento logístico e a chegada da carga ao destino a bordo do navio Bruce, afretado pela empresa de navegação. A preparação da operação especial, concluída em setembro, demandou a compra de cabos de aço para içamento e de material de peação, além de reuniões com as partes envolvidas até a aprovação do plano de viagem.
O diretor operacional da Posidonia, Alex Ikonomopoulos, contou que foram cinco dias com o navio atracado no Rio de Janeiro, outros cinco dias de viagem e mais três dias para descarga no TUP da Alumar de uma carga sensível para o cliente. Ele lembra que a empresa já havia transportado 10 MHCs antes, mas nunca com dois equipamentos desse porte em um único navio. “Pensando só no peso de um [guindaste] não seria problema. Mas embarcar dois desse porte exige uma grande preparação. Foi bastante desafiador dois guindastes numa carga só, num navio só. Entregamos a carga totalmente íntegra, sem acidentes”, destacou à Portos e Navios.
O navio Bruce possui dois guindastes de 250 toneladas. Segundo Ikonomopoulos, não existe um navio similar com bandeira brasileira com essa capacidade de içamento. A operação de içamento foi realizada pelos guindasteiros da tripulação e comandada pelo imediato do navio. Apesar de serem parte da tripulação do navio, a empresa afretadora assume todas as responsabilidades no momento do carregamento e do descarregamento. Para o sócio-diretor da Posidonia, Abrahão Salomão, essa operação confirma a posição da empresa no transporte de cargas especiais para clientes com alto grau de exigência de qualidade e segurança.
Ikonomopoulos acrescentou que a operação contribuiu para que setembro fosse o melhor mês da empresa desde novembro de 2019. O diretor operacional relatou que, desde 2015, o mercado tem disputado as poucas cargas de projeto transportadas via cabotagem. Ele percebe um aquecimento na demanda por cargas de projeto que havia arrefecido a partir da operação Lava-Jato, que cancelou ou adiou projetos de infraestrutura em todo o país. “Acreditamos que o mercado vai voltar, principalmente com cargas do setor eólico”, disse.
Ele observa oportunidades para transporte de geradores e pás eólicas de menor porte em navios de contêineres, uma vez que navios dedicados a cargas de projeto não conseguem frete competitivo. Ikonomopoulos ressaltou que a empresa movimenta cargas de projeto com perfil que se adequa bem a balsas e rebocadores, o que torna a competitividade do modal imbatível. A balsa oceânica para transporte de carga geral Santa Maria, de propriedade da Posidonia, realiza operações umbilicais entre Rio de Janeiro e Espírito Santo, por exemplo.
Ikonomopoulos comparou que 2020 teve um primeiro semestre morno e um segundo muito ativo, enquanto 2021 manteve o ritmo do ano anterior nos primeiros seis meses e chegou à segunda metade mais aquecida. Ele identifica muitos navios de granéis sólidos e alguns petroquímicos operando na costa. “Sempre tivemos atuação diversificada para não concentrar em um só tipo de carga. Em 2021, devemos crescer cerca de 20%”, projetou.
Site: Portos e Navios – 14/10/2021
