Porto Sudeste investe em método de dragagem com baixo impacto ambiental
Empresa portuária financiou implantação de técnica que usa fio de diamantado para cortar rochas submersas
Uma técnica de dragagem com o mínimo de impacto ao meio ambiente. É o que promete o Porto Sudeste nas obras que estão em andamento para aumento do calado no Complexo Portuário de Itaguaí (RJ). Especializada em carregamento de granéis sólidos, a empresa investiu mais de R$ 15 milhões na implementação deste novo método de derrocagem.
A técnica foi desenvolvida e patenteada pela empresa brasileira Umi San Hidrografia e Engenharia e consiste no corte da rocha com o uso de um fio diamantado. Prática comum em jazidas de granito, ainda não havia sido realizada de forma submersa até agora. O principal diferencial da técnica em relação às demais é o baixo impacto ambiental. O corte age por incidência mecânica, sem uso de explosivos ou massa expansiva. “Os monitoramentos ambientais mostram que os níveis de ruído e qualidade da água estão absolutamente dentro dos melhores parâmetros”, explica Ulisses Oliveira, diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Porto Sudeste.
A empresa portuária entrou com pedido de licenciamento da técnica frente ao órgão ambiental e a autoridade marítima e contratou a empresa PHMAR para os monitoramentos ambientais. A ideia é remover apenas 50 cm de rocha, em um volume máximo estimado de 117m3. A expectativa é que haja um aumento de 40 cm no calado, passando do atual 17,80m para 18,20m. Apesar do pequeno volume removido, Ulisses Oliveira afirma que será o suficiente para garantir a segurança da navegação no canal de acesso ao Porto de Itaguaí. “Esse aumento de calado por si só permite a utilização plena da capacidade dos maiores navios graneleiros (Cape Size), otimizando custos de frete”.
A Porto Sudeste ressalta ainda que a obra permitirá que outros terminais na região utilizem 100% da capacidade desses navios e uma redução do tempo de espera para as manobras de atracação e desatracação. “Sem dúvida os ganhos significativos no custo do frete em pouco tempo pagarão o valor investido, mas o maior ganho é na segurança da navegação, aliado ao baixíssimo impacto ambiental da nova técnica para remoção do afloramento rochoso”, finaliza o diretor cuja empresa arcou com todas as despesas do empreendimento.
Site Portos e Navios – 20/09/2021
