Maranhão projeta movimentação acima de 260 milhões/t em 2021
Para os próximos anos, estado espera aumento dos volumes movimentados a partir de projetos privados que estão em andamento ou em negociação, como a aquisição do TUP Porto São Luís pela Cosan.
O governo do Maranhão projeta que os portos do estado movimentem 264 milhões de toneladas em 2021, superando os 230 milhões de toneladas movimentados no ano passado. As estimativas têm como base as expectativas de volumes de 220 milhões de toneladas em Ponta da Madeira (Vale), 30 milhões/t em Itaqui e 14 milhões/t no terminal da Alumar. Para os próximos anos, o estado espera aumento dos volumes movimentados a partir de projetos privados que estão em andamento ou em negociação, como a aquisição do TUP Porto São Luís pela Cosan. O grupo, através de uma estrutura de fundos de investimentos, investirá em novos negócios com recursos próprios e, eventualmente, também de terceiros.
Por meio da Atlântico Participações, o grupo celebrou uma proposta vinculante para aquisição de 100% do terminal de uso privado localizado em São Luís (MA), pelo valor de R$ 720 milhões. A negociação envolve a São Luís Port Company, companhia do grupo China Communications Construction Company (CCCC), acionista controlador do TUP, e os demais acionistas minoritários detentores, em conjunto, de 49%: WPR Participações Ltda, MG3 Terminais Portuários Holding Ltda, Nilton Bertuchi, Roberto Bocchino Ferrari, José Hagge Pereira, Melius Consultoria e Intermediação de Negócios Ltda. A operação está sujeita ao cumprimento de condições junto aos órgãos de defesa da concorrência. A empresa informou que a venda das ações representativas do controle do porto está sujeita a aprovações societárias da CCCC, bem como a aprovações pelas autoridades chinesas competentes.
Também através do Atlântico, a companhia firmou um memorando de entendimentos com uma sociedade do grupo Paulo Brito, fundador e controlador da Aura Minerals, empresa de mineração com foco em ouro e cobre, para a formação de uma joint venture (JV Mineração) para a exploração de minério de ferro, que deverá ser escoado pelo TUP. O termo prevê que a Atlântico deterá 37% do capital total e controle compartilhado da nova companhia combinada.
A estratégia prevê que a Cosan ingressará com um parceiro estratégico em um novo ramo de negócios, contribuindo com sua expertise logística portuária e de gestão. A JV Mineração será uma empresa integrada de mineração e logística, que terá, além do porto, direitos de exploração de ativos minerários em três projetos minerais localizados no Pará, com potencial importante de reservas de minério de ferro, a serem escoados pelo porto. Com início de operação previsto para 2025, o primeiro projeto mineral a ser explorado pela JV Mineração está localizado próximo a Paraupebas (PA), na região de Carajás, conectado ao porto pela estrada férrea de Carajás (EFC).
O secretário estadual de indústria, comércio e energia do Maranhão, Simplício Araújo, disse que o projeto do TUP estava em busca de cargas ou de capital para ser desenvolvido. “Não havia perspectiva de implantação porque faltavam recursos financeiros e cargas. Com a entrada da Cosan no ramo do minério adquirindo a mina no Pará, agora eles têm carga própria e a joint venture formada com grandes fundos que vão permitir o investimento do porto rapidamente”, afirmou Araújo em entrevista à Portos e Navios.
Araújo contou que o projeto conseguiu avançar com as negociações de desapropriação e poderá iniciar as movimentações de terreno nos próximos três anos. Ele estima que as últimas cinco de um grupo de 157 famílias numa área a cerca de cinco quilômetros do acesso ao porto que precisavam ser remanejadas estejam perto de chegar a um acordo. Segundo o secretário, a regularização fundiária permitirá melhorias de acessos rodoviário e ferroviário, interligando o terminal com a BR-135 e de ferrovias que chegam ao Porto Itaqui.
Site: Portos e Navios – 03/09/2021
