Porto de Santos intensifica ações contra dengue às vésperas do verão
Seminário interinstitucional reúne empresas e poder público para reforçar estratégias de prevenção no maior complexo portuário da América Latina
Faltando menos de um mês para o verão, as ações de combate ao mosquito da dengue começam a ganhar força em todo o país. No setor portuário, o foco também é de alerta. Um seminário realizado dentro do Porto de Santos buscou alinhar estratégias entre empresas e órgãos públicos para evitar o avanço da doença.
O Seminário Interinstitucional sobre Arboviroses ocorreu na sede da Autoridade Portuária e reuniu representantes do poder público e empresas que atuam no cais. O objetivo foi fortalecer a troca de informações e experiências de prevenção dentro do complexo.
Para o supervisor de Vigilância em Saúde da APS, Daniel Ragoneti de Moraes, a articulação entre os diferentes atores que circulam no porto é essencial. “Estreitar laços com o trabalhador, com os operadores e com quem eventualmente passe pelo Porto de Santos, garantir um ambiente mais controlado e evitar doenças”, diz.
O Porto de Santos ocupa mais de 355 km², abriga mais de 30 empresas e responde por 29% da corrente comercial brasileira. O tamanho da área e a intensa movimentação tornam o controle de arboviroses ainda mais desafiador.
O especialista em sustentabilidade da Eldorado Brasil Celulose – Logística, João Henrique Meirelles, destacou que o monitoramento permite clareza na tomada de decisões. “Esse tipo de ação é fundamental, para que a gente saiba o ponto de partida e onde quer chegar e o que tem que ser feito para chegar até lá”, afirma.
A coordenadora de Vigilância em Saúde de Santos, Carolina Osawa, reforçou a necessidade de integração entre município, Autoridade Portuária e empresas. “É muito importante a gente integrar as ações, tanto na área do município quanto nas áreas portuárias, seja com armadilhas, combate aos criadouros, prevenção em saúde — e o mais importante é a população estar engajada”, explica.
Desde 2014, o Porto de Santos realiza monitoramento contínuo dos criadouros do mosquito. Atualmente, 46 armadilhas instaladas em pontos estratégicos capturam as fêmeas transmissoras. Com a chegada do verão, as ações são reforçadas para evitar o pico de circulação viral, registrado normalmente entre março e maio.
O acompanhamento dos indicadores mostra melhora em 2024. O Índice Médio de Fêmeas por Armadilha (IMFA) caiu para 0,02 em novembro — nível considerado controlado — frente ao índice de 0,28 registrado no mesmo período do ano passado, então classificado como moderado.
O diretor comercial da empresa responsável pelo serviço de prevenção no complexo portuário, Marcos Henrique, explicou como é feita a rotina de controle. “A cada 15 dias a gente faz o controle dos roedores, insetos alados, aplicando larvicida. Temos armadilhas estrategicamente posicionadas, fazemos controle de insetos e de esgoto”, conta.
Meirelles reforça que o ambiente natural do porto exige vigilância constante. “Ele já está no estuário, que tem possíveis pontos de criadouro. O desafio para manter tudo em ordem é constante. A gente faz controle químico, mecânico e também educação ambiental”, reforça.
Para Daniel Ragoneti, o tamanho do Porto de Santos exige esforço coletivo. “A área do porto é muito complexa, gigantesca. São vários atores, várias empresas que precisam trabalhar em conjunto para que a gente veja o resultado na prática”, encerra.
Site Benews – 03/12/2025
