Falta de infraestrutura nos portos aumenta custos e gera atrasos
Painel destacou como a transição de modais e multimodalidade podem eliminar gargalos logísticos e melhorar cenário
A necessidade de melhorias na infraestrutura portuária nacional foi o destaque do painel “Estratégias de investimento em infra”, exposto nesta quinta-feira (30), no último dia do Fórum Brasil Export, em Brasília. Os participantes citaram os problemas encontrados nos portos, os custos logísticos pagos pelos donos de cargas, além de soluções que podem vir da multimodalidade.
O diretor-técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Eduardo Heron, afirmou que os donos de cargas, em especial o café, seguem tendo problemas com atrasos e aumento relevante de custos em razão da infraestrutura precária dentro dos portos. “Nosso problema principal é o porto. Olhando o fluxo da carga, ela precisa chegar nos portos e entrar nos terminais, mas isso não está consolidado ainda. A questão portuária é importante porque é por onde se consolidam os processos de embarques. Os índices de atrasos nos navios nos portos refletem no aumento dos custos”, analisou.
O executivo do Cecafé destacou ações de diálogo com entes privados e agentes públicos visando dar maior celeridade aos processos logísticos das cargas que passam pelos portos brasileiros. “Hoje, dado o crescimento da carga (movimentação), entendemos que, por exemplo, as ferrovias têm um papel importante porque elas mudam a dinâmica dos portos, fazendo com que as cargas entrem e saiam mais rápidas dos complexos portuários, e é disso que precisamos. Precisamos repensar modelos e ter mais integração dos modais logísticos para evitar gargalos”, disse.
Representando a Infra S.A., o superintendente de Governança e Estratégia, Rodrigo Lemos Arteiro, citou o papel da autarquia na realização de projetos em infraestrutura, seja no setor portuário ou rodoviário. “Nós entendemos as críticas do setor privado, do setor produtivo, mas temos que pensar que muita coisa vem evoluindo dentro de uma realidade do país que ainda carece de muitos avanços”.
Arteiro destacou o Plano Nacional de Logística (PNL) e os investimentos previstos em modais de transportes a fim de garantir boa logística, eliminar gargalos e também atuar de forma benéfica ao meio ambiente. “Nosso Plano Nacional de Logística pensa na multimodalidade como ferramenta para destravar gargalos, mas também para permitir a redução de emissões e fazer uma transição de modais, que seria o melhor contexto para o país. A gente vem de uma realidade muito pior, mas estamos tendo avanços importantes”, finalizou.
O painel contou ainda com a participação do secretário nacional de Hidrovias, Dino Batista. A moderação foi feita pela jornalista e diretora de Inteligência de Mercado do Grupo Brasil Export, Núria Bianco.
Site Benews – 31/10/2025
