2022-10-05
Exportadores de proteína animal alertam para necessidade de reduzir gargalos portuários

ABPA defende ações nos próximos cinco anos para comportar crescimento das exportações do agronegócio. Associação, que representa segmentos de avicultura e suinocultura, projeta crescimento de 50% nos volumes exportados no período que vai de 2019 até 2025

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) avalia que a pandemia potencializou gargalos já enfrentados nos portos. Para a entidade, que representa os segmentos de avicultura e suinocultura, os portos sofreram nos últimos anos reflexos da falta e da diminuição da oferta de navios e contêineres no mercado internacional, ocasionando congestionamentos de cargas e aumento de custos. A associação defendeu que seja feito um trabalho consistente nos próximos quatro a cinco anos para comportar o crescimento das exportações do agronegócio.

"É uma infraestrutura que não suporta a retomada rápida e não suporta solavancos", comentou o diretor da ABPA, José Perboyre, durante reunião promovida pelo Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo da Associação Comercial de São Paulo (Comus/ACSP), nesta terça-feira (4).

Na ocasião, Perboyre lembrou que a tendência para os próximos anos é a operação de navios maiores, de 12.000 TEUs a 13.000 TEUs, o que reduzirá as janelas de atracação. O entendimento é que porta-contêineres abaixo dessa capacidade serão descartados das frotas de transporte marítimo aos poucos, inclusive pelo apelo da redução de emissões de carbono.

A ABPA considera que a perda de competitividade por questões logísticas eleva os preços para a movimentação das cargas, com um cenário de portos no Brasil necessitando de altos investimentos em infraestrutura. "A pandemia somente potencializou, mostrando o que pode acontecer se não fizermos algo para suportar o crescimento das nossas exportações", apontou Perboyre. O diretor recomendou maior engajamento dos embarcadores para contribuir com as discussões com os diferentes atores.

A associação projeta crescimento de 50% nos volumes exportados no período que vai de 2019 até 2025. A ABPA sugere reavaliar processos e melhorar informações, a fim de mapear o que está ao alcance para reduzir ineficiências. "Precisamos estar preparados para dar continuidade às nossas exportações e trabalhar para que não haja um colapso. Os portos precisam ser capacitados para receber navios maiores. Eles não têm calado para receber navios de 366m e não teremos do dia para noite portos com esse calado”, analisou.

Site: Portos e Navios – 05/10/2022


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