Calado maior em Paranaguá dará mais segurança a graneleiros
Profundidade do principal canal de acesso e no corredor de exportação do complexo portuário paranaense foi de 12,5 metros para 12,8 metros. Após fase de retirada de sedimentos, objetivo é chegar a 15,5m
Navios graneleiros com comprimento máximo de até 245 metros – que transportam soja, milho, farelo, entre outros grãos – vão ter mais segurança na navegação ao atracarem no Porto de Paranaguá (PR), após a conclusão da primeira fase das obras de aumento do calado de 12,5 metros para 12,8 metros no canal principal de acesso e dos berços de atracação no corredor de exportação do complexo portuário.
De acordo com a empresa Portos do Paraná, que administra os portos de Paranaguá e Antonina, ao todo são três berços exclusivos para os embarques de granéis, que podem ser realizados simultaneamente e compartilhados por nove terminais e pelo silo público, permitindo que um mesmo navio receba grãos de diferentes produtores rurais. A autoridade portuária ainda destacou que o sistema de embarque de granéis pelo corredor de exportação leste do Porto de Paranaguá foi responsável por movimentar cerca de 30% de todas as cargas nos portos paranaenses, atingindo a marca de 57,5 milhões de toneladas, em 2021.
Com o aumento do calado, a companhia informou que o ganho operacional será de 2,1 mil toneladas por embarcação, o que equivale a mais de 600 mil toneladas ao ano, para uma média de 285 navios. As obras começaram em 6 de setembro de 2021 com as detonações de 23 mil cúbicos da pedra de palangana, um maciço rochoso localizado na Baía de Paranaguá, no trecho usado para a entrada dos navios. O primeiro aumento do calado decorre da execução parcial dessa obra e a próxima etapa envolverá a retirada do material rochoso e britagem das pedras.
“O fato que realmente traz mais segurança para a navegação é a derrocagem da pedra da palangana. Antes, tínhamos uma profundidade máxima de 11,8 metros no local e, agora, teremos 14,5 metros, o que será mais seguro para os navios que entram e saem de Paranaguá. O aumento do calado nos berços para 12,8 metros é consequência dessa obra e também da dragagem de manutenção que nós já fazemos”, disse o diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior, à Portos e Navios.
A mudança do calado – que envolve a profundidade entre o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação e a linha d’agua – foi homologada pela Capitania dos Portos do Paraná (CPPR), com o objetivo de ampliar a capacidade operacional dos terminais do estado. “Fizemos as perfurações em rochas e explosões subaquáticas, respeitando os cuidados com o meio ambiente e protegendo a fauna marinha com monitoramento e uso de equipamentos para afastar as explosões das proximidades”, garantiu Silva Júnior.
“Temos sempre a preocupação de fazer um planejamento minucioso, que dê segurança operacional e uma perspectiva cada vez melhor para o Porto de Paranaguá”, salientou o capitão de Mar e Guerra André Luiz Morais de Vasconcelos, que é capitão dos Portos do Paraná, em nota à imprensa.
Calado final de 15,5 metros
O patamar de 12,8m foi o primeiro aumento do calado decorrente das obras de dragagem e derrocagem feitas nos portos paranaenses. Conforme a administradora, com o fim da retirada de um pico de rocha submerso, a previsão é que o canal de acesso a Paranaguá alcance um calado de 13,5m. Após a fase de retirada desses sedimentos, dentro da campanha de dragagem de aprofundamento, o objetivo é chegar a 15,5m.
Segundo a Portos do Paraná, a derrocagem já está em fase final de remoção e beneficiamento do material rochoso no fundo da baía, com a transformação das pedras em britas. A dragagem de aprofundamento aguarda definição quanto à concessão do canal de acesso para a iniciativa privada.
Site: Portos e Navios – 26/09/2022
