2022-09-15
Frota de apoio marítimo totalizou 411 embarcações em julho

Relatório mais recente da Abeam aponta estabilidade em relação a junho, com 91% de bandeira brasileira. Bram Offshore/Alfanave, do grupo norte-americano Edison Chouest, permanece como empresa de navegação com mais embarcações

A frota de apoio marítimo em águas jurisdicionais brasileiras encerrou julho com 411 embarcações, mesmo contingente do mês anterior e três unidades a mais do que em maio, de acordo com o relatório mais recente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam). Do total do último levantamento, o número de embarcações de bandeira estrangeira diminuiu de 37 em junho para 36, enquanto as unidades de bandeira brasileira passaram de 374 para 375 barcos de apoio offshore.

Também pelo segundo mês consecutivo, a fatia das embarcações de bandeira brasileira ficou em 91%, ante 9% de unidades de bandeira estrangeira. No primeiro trimestre, o número de embarcações de bandeira estrangeira oscilou de 34 em janeiro, para 37 em fevereiro e 45 em março. No segundo trimestre, caiu para 39 em abril, depois subiu para 41 em maio e desceu para 37 em junho.

Em relação a dezembro de 2015, quando a demanda começou a ser impactada pela retração no setor de petróleo e gás, foram desmobilizadas 177 embarcações de bandeira estrangeira e acrescentadas 102 de bandeira brasileira. Cerca de 66 embarcações, originalmente de bandeira estrangeira, tiveram suas bandeiras trocadas para o pavilhão nacional nesse período.

Nem todas as unidades listadas na publicação estão em operação, pois o relatório inclui embarcações que podem ou não estar amparadas por contratos, estar no mercado spot, em manutenção ou fora de operação. O relatório não considera embarcações dos tipos lanchas, pesquisa, nem embarcações com porte inferior a 100 TPB ou BHP inferior a 1.000. Os dados foram obtidos junto à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), à Diretoria de Portos e Costas da Marinha (DPC), publicações especializadas e informações das empresas.

De acordo com a publicação, a frota em julho era composta por 45% de PSVs (transporte de suprimentos) e OSRVs (combate a derramamento de óleo), totalizando 185 barcos, como em junho. Outros 19% eram LHs (manuseio de linhas e amarrações) e SVs (mini supridores) correspondem a 77 barcos. Os AHTS (manuseio de âncoras) somaram 53 unidades no período (13%), enquanto 24 barcos de apoio eram FSVs (supridores de cargas rápidas) e crew boats (transporte de tripulantes), 18 PLSVs (lançamento de linhas), 17 RSVs (embarcações equipadas com robôs) e 14 MPSVs (multipropósito).

A Bram Offshore/Alfanave, do grupo norte-americano Edison Chouest, permanece como a empresa de navegação com mais embarcações, em operação ou aguardando contratação, com 60 unidades (apenas uma estrangeira), seguida pela CBO, que opera 44 barcos de apoio de bandeira brasileira. A Starnav aparece na sequência com duas embarcações a mais, em relação a junho, totalizando 42 barcos de pavilhão nacional.

Segundo o relatório, novamente 28 embarcações faziam parte da frota da Oceanpact em julho, das quais 26 eram de bandeira brasileira e duas estrangeiras. A Wilson Sons Ultratug, com 25 embarcações de bandeira brasileira, e a DOF/Norskan, com 22 barcos de apoio (17 de bandeira brasileira e cinco estrangeiras), vêm logo em seguida. Já a Tranship se manteve nesse período com 21 unidades em sua frota, todas de bandeira brasileira.

A frota da Bram/Alfanave, segundo o relatório, conta com 42 PSVs/OSRVs, nove AHTS, dois PLSVs, dois RSVs, dois MPSVs, entre outras embarcações. A CBO é a empresa de apoio offshore que, em julho, tinha mais AHTS: 14 embarcações desse tipo, além de 25 PSV/OSRVs e cinco RSVs. A Tranship permanece como a empresa com mais embarcações LH/SV: 20 unidades, seguida pela Starnav, que tem 17 unidades com essas especificações.

As companhias de apoio offshore relatam estar superando um período de instabilidade do setor de petróleo e gás e um aumento dos custos operacionais da ordem de 30% gerado pela adoção dos protocolos sanitários no pico da pandemia. "O mercado superou o baque e já temos mais de 400 embarcações operando. A bandeira brasileira, que durante um período esteve ociosa, voltou a ser contratada. É momento de novas adaptações, de se pensar no futuro e na necessidade de renovação da frota", afirmou a vice-presidente da Abeam e do Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), Lilian Schaefer, em agosto, durante painel da 16ª Navalshore.

No mercado mundial de barcos de apoio offshore, o Brasil hoje possui a quinta maior frota, com destaque para a segunda maior frota de PSVs 3.000 e a segunda posição em AHTS acima de 10.000. No ranking de 18 países com PLSVs, que possui mais tecnologia embarcada, a frota brasileira ocupa a quarta posição e é a mais jovem do mundo — segundo levantamento da Abeam.

Site: Portos e Navios – 15/09/2022


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