2022-09-12
Grupo Sada investe R$ 110 milhões em PE, de olho em logística intermodal

Integração entre portos de Suape e do Recife, malha rodoviária, áreas de consolidação e desconsolidação de cargas, serviços aduaneiros, pátio de contêineres, transportadores, são apostas para crescimento da indústria automotiva na região

As facilidades de integração entre modais e estruturas de transporte e logística em Pernambuco, principalmente com o Porto de Suape, incentivaram o grupo Sada a investir R$ 110 milhões em um empreendimento logístico na cidade pernambucana de Goiana, onde a empresa já possui negócios relacionados à distribuição de veículos para todo o país. Desse total, R$ 70 milhões foram empregados pela companhia, que atua no transporte, operação e armazenagem automotiva.

“Nosso projeto foi pensado com intuito de promover integração de todos os sistemas logísticos, com foco em produtividade, eficiência e nível de serviços para a cadeia de valor que envolve todos os seus integrantes. Os eixos porto, transporte marítimo, transporte rodoviário, ‘last mile’ (entrega final ao consumidor), logística reversa, fluxo de embalagens, entre outros, têm um grande potencial de integração e de operação conjunta”, comentou o diretor-executivo de transportes e logística do grupo Sada, Luis Santamaria, à Portos e Navios. Segundo Santamaria, a utilização desses modais depende da característica da carga e do fluxo operacional de cada indústria. “Teremos uma diversidade de operações, pelas quais poderemos utilizar muitas sinergias, além de explorarmos todas as opções de serviços, sempre com foco na produtividade”.

Santamaria informou que o empreendimento logístico de Pernambuco tem por objetivo suportar toda a gama de serviços da companhia, tanto no Nordeste como no restante do Brasil, sendo eles embasados em conceitos mais modernos de operação e gestão. “Entre esses serviços, estão o pátio de armazenagem de veículos zero Km; serviços de PDI (Pre-Delivery Inspection), tanto para zero km quanto para carros usados; transporte, mobilização e desmobilização de veículos e ativos de locadoras; galpões logísticos para locação a empresas e fornecedores diversos; e estacionamento de caminhões com infraestrutura de apoio e suporte, com total segurança, serviços e bem-estar aos caminhoneiros”, citou o diretor.

Ele destacou que esses investimentos seguem a trajetória da transformação do setor automotivo, principalmente com o aumento da eletrificação dos carros, mais tecnologias embarcadas com o advento dos veículos autônomos, além das mudanças do perfil dos consumidores. “Toda essa dinâmica necessitará de novos fornecedores e o polo automotivo de Pernambuco, por ser um dos mais modernos do mundo, será o impulsionador desse movimento. Termos a infraestrutura necessária será fundamental para suportar essa demanda, assim como a integração lógica e estruturada dos ativos logísticos, de forma coordenada”, reforçou.

Conforme Santamaria, haverá uma unitização e desconsolidação de contêineres e desembaraços aduaneiros: “Não existem logísticas e cadeias de suprimentos eficientes e sustentáveis sem a integração entre os vários modais e estruturas de transporte. Sendo assim, todo o investimento que o grupo Sada está fazendo, nesse pátio integrado, vai somar aos ativos e sistemas, hoje existentes, de forma a maximizar a produtividade, aumentar a velocidade das operações, possibilitar a redução de estoques na cadeia e tornar todo o processo mais dinâmico”.

Porto-rodovia

Atualmente, o grupo opera e interage com todos os modais logísticos, direta ou indiretamente, com ênfase no Porto de Suape. “No caso da intermodalidade porto-rodovia, o maior fluxo está associado à exportação, principalmente entre os países da América Latina. O volume varia em função da demanda das montadoras e dos países da região. Neste momento, vivenciamos alguns gargalos operacionais, devido ao baixo fluxo de navios na costa brasileira, em função de vários fatores internos e externos à nossa localidade”, ponderou Santamaria.

Em sua opinião, embora o Brasil tenha sua malha logística predominantemente rodoviária, por questões e estratégias históricas, a cada dia é observado um movimento em direção à intermodalidade. “E isso faz todo sentido em um país com dimensões e características continentais, como o nosso. Esse movimento ainda é lento, pois exige investimentos e uma visão de integração, que deveria ser organizada pelo governo, em conjunto com a iniciativa privada. Os modais têm de ser avaliados com base na característica de cada carga e da demanda da cadeia, pois o mesmo modal pode ser muito eficiente e aderente a um tipo de operação, mas não necessariamente a outro”, avaliou o diretor.

Santamaria salientou que uma das metas do Sada é ter uma ‘operação carbono zero’ nos próximos anos, ou seja, com o uso de novas tecnologias, novos modelos de operação, equipamentos mais eficientes em termos energéticos e de consumo, garantindo que todo o impacto ambiental seja eliminado, direta ou indiretamente. Ele informou que uma área de cobertura de aproximadamente 50 mil quadrados já foi implantada, com células fotovoltaicas que vão gerar 5 megawatts de energia. O espaço tem capacidade de armazenar em torno de 2,2 mil carros, sendo totalmente preparado para suportar o carregamento de carros elétricos, além da energia de todo o empreendimento, que já nasce 100% alinhado às melhores práticas de energia limpa e sustentável.

“Trabalhamos em estudos e projetos de renovação de frota, com base em combustíveis alternativos, seja energia elétrica, seja biodiesel ou hidrogênio, entre outros. Também estamos constantemente avaliando a otimização da malha logística, para reduzir ociosidade e quilômetros rodados, o que, diretamente, impacta em menos emissões, bem como a integração com outros modais que possibilitem essa redução”, acrescentou Santamaria.

Site: Portos e Navios – 12/09/2022


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