2022-08-29
Pelt: 24% das obras de transporte e logística do Paraná já foram concluídas

Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná concluiu a ampliação do terminal de contêineres no Porto de Paranaguá, que custou por volta de R$ 1 bilhão, além da remodelação completa do Berço 201, cuja movimentação saltou de um milhão para cinco milhões de toneladas

A base portuária paranaense – composta por portos públicos e terminais privados localizados em Antonina, Paranaguá e Pontal do Paraná – vem demandando por obras de infraestrutura, principalmente diante do aumento acelerado da movimentação de cargas de grãos no Estado, assim como nas demais regiões produtoras do Brasil, que também contam com esse modal de transporte e logística.

Foi por isso que, das 97 obras listadas no Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná (Pelt) – que já tem 23 concluídas, correspondendo a 24% do total –, as principais envolveram o sistema portuário. Suas áreas de expansão compreendem a zona leste de Paranaguá, a parte oeste nos municípios de Embucui e Embuguaçú e o Pontal do Paraná.

Dentre as 17 obras listadas no Pelt e destinadas ao sistema portuário do Paraná, nove já foram concluídas: ampliação do TCP com mais um berço e um pátio de contêineres; conclusão das obras de reforço nos berços de atracação, prevendo o aprofundamento do calado; reforma e repotenciamento do Berço 201; alteração da poligonal para viabilizar a instalação de novos terminais, em Pontal do Paraná e no trecho Embocui-Embuguaçú.

Também foram concluídas as obras de reforço nos berços de atracação, prevendo o aprofundamento do calado; testes para operação com chuva leve; ações de gestão portuária, simplificando processos burocráticos e reduzindo o tempo de liberações, buscando a redução de custos; fomento e implementação da navegação de cabotagem; e estudos de outras áreas, a exemplo da Ilha Rasa, que fica no litoral norte da cidade de Guaraqueçaba.

“Recentemente, concluímos a ampliação do terminal de contêineres no Porto de Paranaguá, que custou por volta de R$ 1 bilhão. Aumentamos o costado para mais um berço de atracação, a retroárea de armazenagem de contêineres, o número de tomadas e ainda compramos mais portêineres e transtêineres”, pontuou o engenheiro mecânico e mestre em Sistemas de Transportes João Arthur Mohr, coordenador técnico do Pelt e gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

À Portos e Navios, ele relatou que, com as obras entregues para que o Terminal de Contêineres de Paranaguá seja um complexo em área contígua e unificada, o TCP aumentou sua capacidade de movimentação de contêineres para 2,5 milhões de TEUs, para recebimento desses contêineres por caminhão e por trem. “O TCP é o único a ter essa intermodalidade entre ferrovia e o terminal, sendo também o único do Sul do Brasil com linha do trem dentro dele”, disse Mohr.

Outra obra concluída envolveu a ampliação, também no Porto de Paranaguá, da remodelação completa do Berço 201 que, anteriormente, movimentava aproximadamente um milhão de toneladas e agora está apto a movimentar cinco milhões por ano, com o aumento do comprimento desse berço de atracação e com a instalação de novos shiploaders.

“No setor aeroviário, temos a conclusão de 13 aeroportos regionais que, hoje, permitem que o Paraná seja o Estado com maior malha de aeroportos regionais com voos comerciais regulares. Nas rodovias, concluímos uma rodovia próxima a Curitiba – a BR-415 –, entre os municípios de Pinhais e Paranaguá”, citou o coordenador técnico do Pelt.

Intermodalidade

Segundo Mohr, o grande investimento na intermodalidade de transporte e logística no do Porto de Paranaguá envolve a construção de uma “pera ferroviária” e uma área única de descarga de granéis sólidos – tudo em um único local –, a partir da instalação de sistemas de elevadores de caneca e correias transportadoras, que vão distribuir essa carga para todos os terminais de granéis sólidos do porto, chegando a cerca de dez terminais no corredor leste de exportação.

“Isso fará com que a intermodalidade da ferrovia e a navegação de longo curso seja completa, porque vamos passar a receber um maior número de cargas ferroviárias, levando em conta que, atualmente, o porto movimenta apenas 20% de suas cargas por trens. O projeto da chamada Nova Ferroeste faz parte de um programa de investimentos de aproximadamente R$ 36 bilhões de reais, dividida em duas fases, sendo a primeira em R$ 14 bilhões e a segunda complementará os outros R$ 22 bilhões”, informou o coordenador técnico do Pelt do Paraná.

De acordo com Mohr, o Estado também terá terminais de transbordo em cidades do interior: “A soja, o milho e o farelo sairão das fazendas, assim como os contêineres das indústrias, por transporte de caminhão até esses pontos de transbordo, fazendo a intermodalidade para a ferrovia, com baixo custo operacional, chegando ao Porto de Paranaguá. Será um sistema único e centralizado de descarga, que irá quintuplicar a descarga ferroviária em Paranaguá, fazendo a intermodalidade para o navio e dos contêineres para o TCP”.

Operação portuária mais ágil

Ele reforçou que um dos principais desafios é ter uma operação portuária mais ágil, poder receber navios de maior porte, com um maior calado de até 15 metros, ou navios de 120 mil toneladas e não somente de 60 mil, assim como ocorre hoje.

“O calado atual do Porto de Paranaguá é de 12,5 metros, o que permite a movimentação plena de navios de apenas 50 mil toneladas. Nossa proposta de dragagem de aprofundamento é chegar a 15,5 metros, para receber navios de até 120 mil toneladas, o que também vai reduzir os custos logísticos”, adiantou Mohr.

Visando à agilidade dessas operações, as próximas obras prioritárias do Pelt incluem: lançamentos de editais de arrendamentos e licitações em Paranaguá, compreendendo seis terminais para papel e celulose, veículos e quatro terminais de granéis sólidos; armazéns do corredor de exportação e construção do píer em “T”; píer em “F” para armazenagem de grãos e açúcar, criando um segundo corredor de exportação oeste; píer em “L” em área para ampliação de terminais de granéis líquidos; obras de dragagens de manutenção e aprofundamento e de derrocagem; conclusão das obras de dragagens de manutenção, que já estão em andamento, e as de aprofundamento que tiveram contrato assinado em novembro de 2015; entre outras.

O Plano Estadual de Logística em Transporte do Paraná – o Pelt 2035 – inclui propostas a partir de discussões e estudos realizados por lideranças setoriais, órgãos federais, estaduais e municipais, especialistas em cada modal.

Site: Portos e Navios – 29/08/2022


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