Arco Norte desponta com maior movimentação de cargas por hidrovias
Relatório da ANTAQ destaca que, no 1º semestre, terminais do chamado Arco Amazônico responderam por 91% da movimentação entre instalações portuárias realizada pelos rios do país, enquanto movimentação do setor portuário somou 581 milhões de toneladas, queda de 3,3%.
O desempenho dos portos e terminais portuários do Arco Norte – denominado Arco Amazônico pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), por estar localizado na Amazônia Legal, incluindo os estados do Norte do Brasil, além do Maranhão – foi o mais significativo da navegação interior. No primeiro semestre de 2022, o Arco Amazônico respondeu, sozinho, por 91% na movimentação entre instalações portuárias de todo o Brasil realizada pelos rios, chegando a 40,8 milhões de toneladas.
O resultado correspondeu a um aumento de 6,8%, na comparação com igual período do ano passado. A região Amazônica transportou 55% do total de cargas pelas hidrovias, com destaque para o Terminal Vila do Conde (PA), que teve alta de 25,4%.
Conforme a agência, desde 2015 a navegação fluvial vem registrando avanços percentuais, em todo o país, acima de outros modais aquaviários. Na comparação com 2010, por exemplo, o crescimento foi de 156%. É o que indicou o resultado do Estatístico Aquaviário, divulgado nesta segunda-feira (15) pela ANTAQ.
O transporte de cabotagem movimentou 140,6 milhões de toneladas, de janeiro a junho de 2022, com destaque para o transporte de contêineres, que obteve incremento de 2,9% (1,8 milhão de TEUs). As principais mercadorias transportadas foram máquinas e materiais elétricos (+23,7%), arroz (+9,2%) e plásticos (+6,9%).
Segundo o relatório da Antaq, o aumento do preço do frete marítimo para o transporte em contêineres pressionou o mercado a buscar por soluções alternativas como, por exemplo, realizar as operações de exportação do café com a utilização de navios 'break bulk'. De acordo com a autarquia, em 2021 não houve nenhuma movimentação por meio dessa atividade, mas neste ano chegaram a 25.871 toneladas.
A agência ainda destacou a freada no transporte em contêineres de longo curso (5%, em TEU), tendo sido decorrente do cenário internacional de retração nesse tipo de comércio, o que trouxe reflexos por aqui sobre os volumes movimentados, tanto para a queda nas exportações como das importações de mercadorias em portos.
A navegação de longo curso – que é realizada entre portos brasileiros e estrangeiros ou entre eles, utilizando a via marítima ou via marítima e vias navegáveis interiores – movimentou 398,3 milhões de toneladas no mesmo período, queda de 4,8% sobre 2021. Os principais parceiros das exportações brasileiras foram a China (47%) e os Estados Unidos (5%); e das importações foram EUA (24%), China (11%), Rússia (8%) e Argentina (6%).
Dados gerais
O setor portuário brasileiro, em geral, movimentou 581 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2022 (redução de 3,3%), com destaque para as commodities agrícolas que tiveram um aumento de 2,1%. Minerais, combustíveis e contêineres tiveram quedas respectivas de 6,4%, 6,6% e 4,4%. Produtos como minério de ferro, soja e petróleo puxaram para baixo a movimentação de granéis; já a celulose foi responsável pelo acréscimo nas cargas totais.
Os sucessivos lockdowns da China, por causa da crise sanitária global de Covid-19, afetaram as exportações de algumas commodities brasileiras, como foi o caso da soja, que caiu 7,2% no primeiro semestre deste ano e tende a não ser recuperar nos próximos meses. Em contrapartida, o milho segunda safra (conhecido como safrinha, que teve um aumento de 121%) deve continuar impulsionando a movimentação de granéis nos portos, entre os meses de julho e dezembro de 2022.
Atividades portuárias
No primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período de 2021, dentre os complexos portuários públicos os destaques positivos foram o Porto de Santos (SP), que movimentou 62,6 milhões de toneladas (alta de 5,6%) e o Porto do Itaqui (MA), com 15,7 milhões de toneladas (+1,6%). Já os portos de Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ) movimentaram 25,8 milhões e 22,9 milhões de toneladas, respectivamente, resultando em queda de 2% e 11,7%, na mesma ordem.
Dados da ANTAQ sobre os terminais de uso privado (TUPs) indicaram variações positivas para o Porto de Tubarão (ES), que teve um incremento de 31,5 milhões de toneladas (+11,3%); Tebar/São Sebastião (SP), que movimentou 29,1 milhões (+9,4%); e Ilha Guaíba/TIF (RJ), 12,5 milhões (+2,3%). As quedas nos TUPs foram registradas nos portos de Ponta da Madeira (MA) com 74,1 milhões (-10,8%); Tebig em Angra dos Reis (RJ), com 30,1 milhões (-14,4%); e Tpet/Toil – Porto Açu com 13 milhões (-7%).
Site: Portos e Navios – 16/08/2022
