Expansão do Tecon Santos avança alinhada à ponta da demanda, diz Sepúlveda
Diretor-presidente da Santos Brasil avalia que desestatização da SPA está à frente da licitação do STS-10. Empresa aguarda possíveis mudanças nas regras do edital do novo terminal de contêineres para se posicionar sobre participação
A Santos Brasil espera atingir a capacidade instalada de 2,6 milhões de TEUs no Tecon Santos, entre o final de 2023 e o início de 2024. O diretor-presidente da empresa, Antônio Carlos Sepúlveda, disse, nesta quinta-feira (11), que esta etapa de expansão está avançada e ressaltou que o projeto final prevê outra fase de investimentos visando à capacidade nominal de 3 milhões de TEUs. Segundo o executivo, o planejamento vem sendo feito desde a época da prorrogação antecipada do Tecon, com olhar atento à demanda por carga. O projeto começou em 2015, com a execução de investimentos a partir de 2019.
A empresa acredita que os 2,6 milhões de TEUs de capacidade é um projeto que está praticamente vendido e de forma alinhada ao aumento de demanda no Porto de Santos “Já estamos com o cais equalizado: compramos os últimos guindastes de cais e estamos colocando as ordens de compra dos equipamentos de pátio e fazendo melhorias no pátio para alcançar essa capacidade”, contou Sepúlveda durante teleconferência com investidores sobre os resultados da empresa no segundo trimestre.
STS-10 e Desestatização
O diretor-presidente da Santos Brasil avalia que a desestatização da Santos Port Authority (SPA) está à frente da licitação da área para instalação de um novo terminal de contêineres, que o governo pretende leiloar. A Santos Brasil aguarda as prováveis mudanças nas regras do edital para se posicionar em relação ao STS-10. O entendimento da operadora é que, pelas regras atuais, ela pode participar da concorrência do novo Tecon. Sepúlveda ressaltou que o tema ainda está sendo muito discutido e que o feedback do poder concedente é que as contribuições da audiência pública estão sendo avaliadas, com possíveis alterações a serem incluídas no edital.
Ele acrescentou que o projeto está na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e ainda será discutido pela Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA), antes de ser encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU). “Podemos participar desta licitação, pelo que está no edital lançado (...) ainda é cedo para estimar como a Santos Brasil vai se posicionar nesse certame e quando ele vai acontecer. Percebemos que está na frente dele a licitação da SPA, um projeto importante para o Porto de Santos”, comentou.
A Santos Brasil considera que a desestatização vem em momento oportuno para o maior porto da América Latina, que possui potencial para movimentar 250 milhões de toneladas. “A expansão para outras cargas é mais complexo e o [concessionário] privado dará velocidade diferente, conseguindo aproveitar, ao máximo, o final de capacidade que o porto tem a oferecer. A comunidade está mais debruçada nisso do que em qualquer outro projeto”, afirmou Sepúlveda.
Site: Portos e Navios – 12/08/2022
