Estaleiros coreanos abarrotados de encomendas sofrem com escassez de mão de obra
Os estaleiros sul-coreanos estão desfrutando de um período com farta carteira de encomendas, em parte devido aos atrasos nos pedidos do ano passado. Estima-se que as carreiras estarão ocupadas por dois a três anos. Mas estão com falta de mão de obra, pois perderam força de trabalho qualificada na última década, quando as encomendas diminuíram.
De acordo com a Korea Offshore & Shipbuilding Association (Koshipa), a Korea Shipbuilding & Offshore Engineering, a Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering e a Samsung Heavy Industries perderam 72% de seus projetistas de engenharia — de 18.643 em 2015 para 5.236 no ano passado. Perderam támbém 28% do poder de P&D — de 1.772 para 1.283 no período.
O número de encomendas caiu para 2,24 milhões de tonelagem bruta compensada (CGT) em 2016, partindo dos 32,1 milhões de CGT que havia em 2007. A carteira de encomendas de 67,25 milhões de CGT em 2008 diminuiu para 17,98 milhões de CGT em 2017.
A indústria de construção naval coreana alcançou uma reviravolta no ano passado, ao receber encomendas que totalizam 17,49 milhões de CGT, aumentando a carteira de pedidos para 29,5 milhões de CGT.
A Koshipa estima que os estaleiros precisem de mais de 9,5 mil trabalhadores adicionais, incluindo soldadores e pintores, até o final do ano para honrar os contratos.
Mas a contratação de trabalhadores especializados não está fácil. O trabalho intensivo nos estaleiros do país paga relativamente mal e não garante a segurança de emprego pelas características do negócio, que alterna ciclos prósperos e minguantes.
O governo da Coreia do Sul tem permitido a empresas com menos de 300 funcionários a contratação de trabalhadores estrangeiros, mas trata-se de solução temporária.
Site: Portos e Navios – 06/07/2022
